14/05/2024 às 16h47min - Atualizada em 14/05/2024 às 16h47min

Decisão da UERR de adotar Enem para ingresso na instituição gera debates e protestos de deputados estaduais

ALE-RR vai convocar reitor para discutir assunto nas comissões de Educação, Desportos e Lazer, e de Administração e Serviços Públicos

O deputado Marcinho Belotas protestou contra a decisão da UERR e quer debater o assunto em audiência Pública. Foto: SupCom/ALE
 

A Resolução nº 34/2024 do conselho universitário da Universidade Estadual de Roraima (Uerr), que permite a adoção do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) como alternativa de ingresso à instituição de ensino, provocou debate na Assembleia Legislativa nesta terça-feira (14). O deputado Marcinho Belota (PRTB), que acompanha a repercussão da medida na comunidade estudantil, subiu à tribuna para protestar contra a decisão.

“Com isso, teremos uma concorrência desigual entre os que vêm de fora e os daqui de Roraima, porque eles têm acesso ao melhor material de estudo. Além disso, a maioria das pessoas que vem de fora para se formar aqui, volta para o seu estado de origem e vai exercer a profissão lá, criando um encarecimento nos nossos serviços e enfraquecendo nosso mercado de trabalho”, afirmou o parlamentar.

O deputado salientou ainda que os estudantes do Estado não têm na grade curricular disciplinas como sociologia, filosofia e redação e interpretação de texto. “Então como é que os nossos estudantes vão concorrer em pé de igualdade com os que vêm de fora, se nós não ofertamos essas disciplinas?”, questionou. Em aparte, o deputado Dr. Claudio Cirurgião (União), que é professor da UFRR (Universidade Federal de Roraima), concordou com o problema sistêmico da evasão dos formandos de outros estados.

“Na UFRR, há uma grande evasão. Recentemente, se formaram 80 no curso de medicina - praticamente metade das pessoas voltaram ao seu estado de origem. Para uma universidade federal, isso é compreensível, porque os recursos são da União, mas para uma universidade estadual, isso não deve se aplicar, porque é local e são recursos nossos”, disse. 

Em resposta às declarações de Belota, o deputado Coronel Chagas (PRTB), presidente da Comissão de Educação, Desportos e Lazer, disse que o órgão, em conjunto com a Comissão de Administração, Serviços Públicos do Poder Legislativo, convidará o reitor da Uerr, Claudio Delicato, para ouvir suas explicações sobre a decisão. 

“Parabenizo o nobre parlamentar Belota pela iniciativa de trazer essa discussão para o plenário. E quero dizer que conte com a gente. Estamos preparando um requerimento para trazer o reitor para explicações sobre a resolução”, disse Chagas. 

Ampliação do debate 
Os parlamentares Angela Águida Portella (Progressistas), Chico Mozart (Progressistas), Marcelo Cabral (Cidadania), Rarison Barbosa (PMB) e Tayla Peres (Republicanos) se posicionaram a favor da ampliação do debate e em defesa do vestibular local.  

“A Uerr foi criada para dar oportunidades aos jovens roraimenses de melhorarem suas vidas por meio da educação. Portanto, não compreendo e não concordo com o fato de que, de repente e sem uma consulta pública, isso possa mudar do dia para a noite. Por isso, me coloco à disposição para que possamos alterar esse documento que representa uma preocupação para esses jovens”, afirmou Portella.

Formado na primeira turma de engenharia agrônoma da Uerr, Barbosa reconheceu o papel da universidade em sua vida. “Me solidarizo com esses estudantes, pois esse sonho realizado pelo vestibular estadual não pode ser alterado agora”, disse. 

“De antemão, coloco meu nome à disposição para participar dessas reuniões, pois essa é uma preocupação dos alunos e nós, como Casa Legislativa, não podemos deixá-los sem o nosso apoio. Quero dizer que meu mandato está à disposição”, destacou Cabral.

“Quero me solidarizar com esses alunos, pois não é justo que um estudante dedicado seja frustrado com uma notícia como essa”, complementou Mozart. 
Mãe de uma pré-vestibulanda, a deputada Tayla Peres protocolou uma indicação ao governo para que a decisão seja suspensa. 

“Tenho uma adolescente em casa que está no terceiro ano e, na sexta-feira, ela chegou chorando ao saber dessa notícia, dizendo que não teria mais possibilidade de entrar na universidade. Então me coloco à disposição dessa causa, pois precisamos nos unir para resolver essa situação”, concluiu a parlamentar.

 
 


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