20/05/2024 às 16h05min - Atualizada em 20/05/2024 às 16h05min
Reitor da UERR diz que notas do ENEM só serão usadas como alternativa para vagas remanescentes
Comissões de Educação, Desportos e Lazer, e de Administração, Serviços Públicos e Previdência se reuniram com reitor Cláudio Delicato
O reitor foi ouvido nesta segunda por duas comissões da Assembleia Legislativa sobre uso de notas do Enem. Foto: SupCom/ALE As comissões de Educação, Desportos e Lazer, e de Administração, Serviços Públicos e Previdência do Poder Legislativo se reuniram com o reitor Cláudio Delicato nesta segunda-feira (20) para debater a controversa Resolução nº 34/2024 do Conselho Universitário, que implementa o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) como uma das formas de ingresso para os cursos de graduação da instituição.
A decisão, tomada pelo órgão máximo da universidade, gerou grande repercussão no parlamento e na sociedade civil, dividindo opiniões entre defensores e críticos da medida. O reitor Cláudio Travasso Delicato apresentou aos parlamentares os argumentos que embasaram a decisão do Conselho Universitário, destacando que a adesão à nota do Enem simplificaria o processo de seleção, reduzindo custos administrativos e burocráticos de um vestibular unificado para cursos com demandas diferentes.
“De 2017 até o meio do ano passado, só tínhamos uma forma de ingresso, o vestibular unificado para os 25 cursos. E a gente sabe que as demandas dos cursos são muito diferentes. Temos medicina com 60 candidatos por vaga, direito com média de 18 candidatos, e enfermagem com números próximos aos de direito. Temos também educação física, único no Estado, que é muito concorrido. Contabilidade, administração e serviço social têm uma média de 4 a 5 candidatos por vaga”, explicou Delicato.
“Geralmente, temos 6 mil inscritos, e 50% em média não pagam a inscrição. Desses, 20% não comparecem para fazer a prova, 20% dos que fazem não se classificam, e, dos classificados, de 10% a 20% não se matriculam. É um processo longo, caro, ineficiente e que não se paga. Esses são os motivos das alterações”, complementou o reitor.
Delicato salientou que, para enfrentar a evasão e o baixo aproveitamento dos cursos, o vestibular unificado deixou de ser a única forma de ingresso a partir de uma alteração no regimento da universidade realizada em 2023. Segundo ele, a mudança atendeu a uma reivindicação antiga do conselho e mitiga um dos gargalos do preenchimento de vagas no interior, a exemplo da seleção simplificada no polo de Rorainópolis.
“Com essa alteração no ano passado, a figura do vestibular unificado foi substituída pela alternativa de se fazer seleções diferenciadas, que são as formas de ingresso. O vestibular é uma delas, e nosso regimento não especifica uma forma de ingresso única. Em Rorainópolis, temos uma demanda de quatro cursos, e por causa das características locais, foi feita uma solicitação para um ingresso diferenciado, um vestibular simplificado, e assim foi feito. O vestibular do ano passado foi unificado, mas as vagas remanescentes em Rorainópolis puderam ser ofertadas com base em uma seleção simplificada, por meio da análise de histórico. Tivemos três mil inscritos e conseguimos preencher 400 vagas que seriam perdidas”, esclareceu.
Audiência pública
Para ampliar o debate sobre as formas de ingresso e os desafios da Universidade Estadual de Roraima, o Poder Legislativo realizará uma audiência no Plenário Deputada Noêmia Bastos Amazonas, na quarta-feira (22), com o tema “A UERR que Queremos”.
A audiência contará com a participação de representantes da comunidade acadêmica, da sociedade civil, de órgãos públicos e de entidades estudantis.
Informações: SupCom/Assembleia