16/06/2024 às 07h11min - Atualizada em 16/06/2024 às 07h11min

Venezuela é o terceiro país com mais exilados do mundo

Segundo relatório recente da ACNUR, a Venezuela é o terceiro país do mundo com o maior número de pessoas deslocadas para o estrangeiro, atrás apenas do Afeganistão e da Síria, tendo ultrapassado até mesmo a Ucrânia

Venezuelanos cruzam todos os dias a fronteira com o Brasil, em Pacaraima, fugindo do regime de Nicolás Maduro.
O mundo assistiu a um recorde de 120 milhões de pessoas deslocadas à força até ao final de Abril de 2024, alertou a ONU na quinta-feira (13). O deslocamento forçado em todo o mundo aumentou pelo 12º ano consecutivo após os conflitos em Gaza, no Sudão e na Birmânia, afirmou a Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) no seu relatório anual.

“A guerra continua a ser a força motriz por trás dos deslocamentos em massa”, explicou o chefe do ACNUR, Filippo Grandi, numa conferência de imprensa em Genebra.

O crescimento desta estatística é acelerado: poucos meses antes, no final de 2023, o número de deslocados era de 117,3, número que já ultrapassava em dez milhões o de 2022. Há quase três vezes mais pessoas deslocadas no mundo do que em 2012.

O ACNUR observa que 23 milhões destas pessoas estão nas Américas, onde existem “movimentos mistos de refugiados e migrantes sem precedentes na região, muitas vezes ao longo de rotas mortalmente perigosas”.

Os dados deste relatório mostram que o número de venezuelanos deslocados para o estrangeiro aumentou em 2023 de 5,4 milhões para 6,1 milhões de pessoas. Este aumento coloca a Venezuela como o terceiro país do mundo com o maior número de pessoas deslocadas para o estrangeiro, atrás do Afeganistão e da Síria e ultrapassando a Ucrânia.

A grande maioria dos deslocados venezuelanos vão para países latino-americanos, como a Colômbia, que acolhe 2,9 milhões. No entanto, a agência destaca os avanços neste continente na adoção de “soluções para garantir a proteção, regularização e integração de pessoas em situação de deslocamento”.

O relatório menciona os casos do Brasil, Colômbia, Peru e Equador que “estão realizando vastos programas de regularização para refugiados e migrantes vulneráveis, garantindo documentação e acesso a serviços”.

O Diretor Regional do ACNUR para as Américas, José Samaniego, saudou a estratégia adotada em muitos países para abordar as causas profundas do deslocamento nos países de origem, para responder às necessidades humanitárias e de proteção das pessoas em trânsito e para fortalecer a proteção, a inclusão e soluções nos países de destino e de regresso.
 
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