29/06/2024 às 07h43min - Atualizada em 29/06/2024 às 07h43min

ELEIÇÃO DE MARURO AMEAÇADA: ONG denuncia 46 prisões políticas durante campanha eleitoral na Venezuela

Detenções arbitrárias tiveram como alvo ativistas da oposição e comerciantes; 82% dos casos incluíram desaparecimentos forçados de curta duração

Segundo um relatório da ONG Acesso a Justiça divulgado nesta sexta-feira, a Venezuela registrou 46 detenções arbitrárias este ano, a maioria contra ativistas opositores e comerciantes. Motivadas por questões políticas, as prisões ocorreram em meio à campanha pelas eleições presidenciais do país, marcadas para 28 de julho. De acordo com o documento, em 82% dos casos foram empregados desaparecimentos forçados de curta duração.

Das 46 detenções, 18 são de militantes do partido Vem Venezuela, da líder opositora María Corina Machado, que venceu as primárias da oposição com mais de 90% dos votos, mas foi inabilitada para exercer cargos públicos por 15 anos. Mesmo inapta a concorrer, ela é o rosto da campanha de Edmundo González Urrutia, seu representante na cédula eleitoral para enfrentar o presidente Nicolás Maduro.

"Outros pertencem a diversos partidos políticos de oposição. Alguns foram presos por prestar serviços ou vender bens a [integrantes da] oposição durante viagens pelo país ou durante as concentrações políticas", acrescentou o documento.

Também nesta sexta, González Urrutia denunciou hoje um aumento da "perseguição e das ameaças" contra membros e ativistas do comando da sua campanha. "A 30 dias do processo eleitoral [...] é inaceitável", escreveu o candidato na rede social X.

A ONG também registra 12 inabilitações políticas de prefeitos que manifestaram apoio publicamente a González Urrutia. Além disso, somam-se duas destituições de vereadores.
nesta sexta-feira o prefeito Franco Gerratana do município de Ortiz, no estado de Guárico.

"Funcionários da Prefeitura o estão defendendo neste momento", indicou o comando de campanha de Machado na rede X ao difundir um vídeo no qual se observa um grupo protestando aos gritos de "liberdade!" dentro de escritórios.

As autoridades venezuelanas também fecharam ou inspecionaram cerca de 16 estabelecimentos que prestaram serviços a María Corina e sua equipe, entre os quais há hotéis e restaurantes, segundo a ONG.

O governo venezuelano, por sua vez, acusa a oposição de conspirar e tramar ações violentas contra Maduro e acusa a principal aliada de María Corina, Magalli Meda, refugiada na embaixada da Argentina junto com outros cinco colaboradores após serem alvos de mandados de prisão, de estar por trás desses supostos planos.

Com agências internacionais
 
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