02/09/2024 às 13h46min - Atualizada em 02/09/2024 às 13h46min

Sampaio pede na justiça suspensão do contrato de terceirização da venda de créditos de carbono em Roraima

Foto: Ascom/Divulgação
Nesta segunda-feira (2), o presidente da Assembleia Legislativa de Roraima, deputado Soldado Sampaio (Republicanos), protocolou uma Ação Popular contra a Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh) e o ex-presidente da instituição, Glicério Marcos Fernandes Pereira. A ação visa a suspensão imediata do processo e dos contratos de inventário e venda de créditos de carbono relacionados às unidades de conservação estaduais do Baixo Rio Branco. 

A ação popular é uma medida prevista pela Constituição Federal, que pode ser utilizada por qualquer cidadão para anular atos que são considerados lesivos ao patrimônio público, à moralidade administrativa e ao meio ambiente. 

Sampaio argumenta que o chamamento público conduzido pela Femarh, resultando nos contratos nº 78 e 79, firmados com a empresa Biosphere Projetos Ambientais S.A. (BIPASA), ocorreu de maneira irregular, pois esse tipo de negociação só poderia ser realizado mediante processo licitatório na modalidade concorrência pública. 

A Procuradoria Geral do Estado de Roraima já havia apontado vícios de legalidade no processo licitatório, que, segundo a ação, contrariam os princípios constitucionais e ambientais vigentes. Entre as irregularidades, destaca-se a ausência de criação dos Conselhos Gestores das Unidades de Conservação Estaduais, ferramenta essencial para garantir a participação da sociedade civil na gestão dos recursos ambientais.

Outra preocupação levantada pela ação é a falta de participação das comunidades tradicionais da região, que, conforme a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a legislação nacional, devem ser consultadas em processos que impactem diretamente suas terras e modos de vida. 

Na ação, o parlamentar pede a concessão de tutela antecipada, dado o risco iminente de prejuízos ao Estado, uma vez que os contratos já firmados autorizam a empresa contratada a negociar os créditos de carbono no mercado mundial, o que pode gerar prejuízos ao povo de Roraima. 

O pedido da liminar é para a suspensão imediata de todo o processo e a anulação dos contratos que autorizam a negociação dos créditos de carbono. A ação também requer a intimação do Ministério Público de Roraima para acompanhar o caso, considerando a possibilidade de improbidade administrativa.

Fonte: Ascom

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