25/09/2024 às 17h31min - Atualizada em 25/09/2024 às 17h31min
Denarium ignora recomendação do Ministério Público Eleitoral e pede voto para seu candidato em Uiramutã. VEJA VÍDEO
Mesmo com a recomendação do órgão ministerial, governador visita várias comunidades indígenas, faz promessas e pede votos ao seu candidato a prefeito
- Por Amilcar Júnior (crazynews.com.br)
Denarium em plena campanha no Uiramutã, apessar da proibição do Ministério Público Eleitoral. Foto: Divulgação Antônio Denarium (PP) ignorou recomendação do Ministério Público Eleitoral (MPE) e retornou, na manhã de hoje, dia 25, ao município do Uiramutã, Norte de Roraima, para fazer campanha aberta e pedir votos ao seu candidato à prefeito, Abraão Oliveira.
No dia 17 de setembro passado, o MPE havia recomendado ao governador, seu vice e secretários que não prestassem apoio, nem promovessem candidatos a prefeito, vice-prefeito e vereadores nos três municípios do Norte roraimense: Pacaraima, Amajari e Uiramutã, mas o governador descumpriu a recomendação e agora pode responder por improbidade administrativa, segundo advertiu o promotor eleitoral Felipe Hellu Macedo.
Passava das 8h30 quando Denarium pousou de helicóptero no campo de futebol do Mojo-Ui, na sede do município. Cinco picapes com seguranças e candidatos do Uiramutã, da base governista, foram até o local recepcioná-lo. Em solo, o governador conversou alguns minutos com correligionários e depois partiu à região da Serra do Sol, no extremo Norte do município, levando seu candidato a prefeito.
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O helicóptero utilizado por Denarium em Uiramutã na manhã desta quarta-feira (25) Na comunidade indígena Serra do Sol, distante a mais de 80 quilômetros da sede, Denarium discursou por mais de meia hora. “Vocês terão a oportunidade de ter a vice-prefeita, Secilita Ingarikó, para representar vocês muito bem. Vocês também têm aqui o Dilson Ingarikó, secretário-adjunto dos Povos Indígenas do Governo do Estado. Nós precisamos de um prefeito parceiro do Governo do Estado”, frisou Denarium.
Ainda em discurso, o governador falou ao povo Ingarikó que a atual gestão municipal havia perdido recursos por não apresentar projetos. “Mas com Abraão, Uiramutã não vai perder nem um real para construção de escolas, quadras esportivas e poços artesianos”, ressaltou o governador.
Denarium também disse que havia colocado o governo à disposição da atual gestão municipal para concluir a obra da creche na sede, mas que, segundo ele, não houve demanda por parte da prefeitura para que a obra pudesse acontecer. O governador depois lembrou que no Uiramutã, atualmente, 1.897 famílias recebem todo mês a cesta da família, e que vai estender o benefício com Abraão na prefeitura.
“Vamos conseguir recursos para pavimentar a estrada da Serra do Sol. Também construiremos uma feira na sede para beneficiar vocês, agricultores. No Centro Nutri (outra comunidade indígena na região da Serra do Sol) já disponibilizamos patrulha mecanizada e implementos. E tem mais. Todas as gestantes daqui vão receber enxoval. Portanto, reafirmo meu compromisso com o 12 (número da coligação de Abrão) para a prefeitura do Uiramutã. E Secilita será a nossa vice-prefeita para que haja uma integração maior entre prefeitura e governo Estado”, finalizou.
Após discursar, o governador e sua comitiva embarcaram no helicóptero e seguiram até a comunidade indígena Monte Moriá II, distante a 12 quilômetros da sede. Lá, ele também reforçou seu compromisso com o 12 e pediu votos. Depois, o governador seguiria às comunidades indígenas do Flexal e Maracanã.
Improbidade administrativa
O MPE informou na recomendação feita ao governador que a prática da campanha política nesses três municípios poderia resultar em uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije). ainda na recomendação, o órgão ministerial também sugeriu aos gestores estaduais que não permitam o uso dos programas sociais mantidos pela administração estadual para promover candidatos, partidos e coligações, durante as eleições municipais.
O MPE pediu, ainda, que o Governo suspenda o repasse de recursos materiais, financeiros ou humanos a entidades vinculadas a candidatos que executem programas de distribuição gratuita de bens, valores ou benefícios, em nome do Estado de Roraima.
“Advirto, na oportunidade, que o descumprimento dessas proibições pode configurar ato de improbidade administrativa, sujeitando o agente público às sanções previstas na Lei Federal nº 8.429/92, bem como às penalidades para condutas vedadas conforme o artigo 73, inciso IV e §5º, da Lei nº 9.504/97 (Lei das Eleições)”, disse o promotor eleitoral Felipe Hellu Macedo na recomendação.