29/09/2024 às 11h37min - Atualizada em 29/09/2024 às 11h37min

CONFIDENCIAL: Em João Pessoa a mulher do prefeito foi presa por aliciar eleitores. Por que isso é permitido em Roraima? por Expedito Perônnico

Denarium num tá nem ai para a Justiça. Faz campanha e ainda põe sua marca na foto. Foto: Facebook/Denarium
Na Paraíba a justiça prendeu a mulher do prefeito de João Pessoa por assediar eleitores à votarem no marido dela. A primeira-dama da capital paraibana, Lauremília Lucena, esposa do prefeito Cícero Lucena foi presa em operação da Polícia Federal. Acusação: aliciamento violento de eleitores.
 
E porque o mesmo não acontece aqui? O governador Antonio Denarium, sua esposa - a dignissima conselheira do Tribunal de Contas - junto com todos os escalões (do primeiro ao quinto), mais aliados políticos poderos e figuras proeminentes, estão assediando as pessoas, quase que obrigando-as, com carga maior de pressão sobre servidores públicos comissionados, a votarem em Catarina Guerra e em candidatos do interior.
 
Há relatos dessas ameaças todos os dias e a todo instante. As redes sociais estão cumprindo 0 papel de divulgar os acontecimentos – com imagens e áudios – mas, parece, o Ministério Público Eleitoral que é sabedor de tudo e 1que deveria agir prontamento, não tem escalado a Polícia Federal para amputar a insanidade desses criminosos eleitorais.
 
A pressão consiste em adesivar carros, participar de bandeiradas e reuniões e correr os bairros – com invasão de residências – para cooptar as pessoas a votarem na candidata chapa-branca.
 
A ousadia é tão grande que em suas reses sociais – especialmente no Facebook – Denarium faz farta distribuição de suas fotografais com a marca oficial: “Antonio Denarium, governador”. E ainda aventura-se a descumprir medida do Ministério Público que o proibiu de participar de campanhas em alguns municípios do interior.
 
Aqui em Roraima tudo é levado no modo relativo. Tudo é relativizado, ou seja, “ah, em Roraima tudo acontece porque ninguém faz nada!”. O ninguém nesse caso são Ministério Público Eleitoral, Polícia Federal e Justiça Eleitoral. Todos sabem de tudo, mas eles continuam agindo como se tivesse a certeza de impunidade.
 
Os órgãos que cuidam de coibir esses abusos têm que agir. Não é possível que a delinquência eleitoral seja perpetuada sem que seus responsáveis sejam responsabilizados. Não se pode permitir que a custa do dinheiro público, de cargos comissionados e de pequenos favores e benefícios, um pleito que em tese tem que se democrático, transparência e isonômico seja prostituído pela ganância de poder.

Comprar voto é tipificado como crime. Oferecer vantagem pessoal de qualquer natureza – inclusive emprego ou função pública – com a finalidade de obter-lhe o voto, é crime. E essa corrupção eleitoral está acontecendo em Boa Vista e em todos os municípios de Roraima, sob o comando de Antonio Denarium e de forma descarada.

Não há nada de errado com uma campanha eleitoral quando as disputas e conflitos entre diferentes perspectivas e propostas por meio de debates intensos e inflamados. O problema começa quando o ‘modus-operandi’ de um determinado grupo que se acha dominante cruza a fronteira da lei e das regras não escritas de um bom jogo eleitoral.

A utilização da máquina estatal em Roraima está acontecendo e de forma desavergonhada, na cara-seca. E essa forma despudorada e arrogante de forçar o servidor estadual a manifestar publicamente sua posição – mesmo que não seja sua opção pessoal e verdadeira – tem que ser contida.

O que esse Governo está praticando em Roraima é violência eleitoral, com interferência na vida das pessoas e servidores do Estado que são intimidadas a todo instante, alimentando instabilidade e o clamor por autoridade favorecendo narrativas autoritárias, promove um tudo ou nada que tem empobrecido a nossa já depauperada política.

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