O presidente da Assembleia Legislativa de Roraima, deputado Soldado Sampaio (Republicanos), criticou a condução da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) pelo Governo e afirmou que a troca de comando na pasta ocorreu apenas após forte pressão popular, impulsionada pelo Legislativo. Sampaio disse que dará o apoio necessário à nova secretária e que espera um relatório sobre a pasta e as ações da nova gestão.
Segundo Sampaio, a mudança na secretaria foi tardia e motivada por denúncias de irregularidades, falta de alimentação em hospitais, atrasos salariais de médicos e até suspensão de serviços essenciais, como a hemodiálise.
“A Assembleia reagiu à inércia do governador em relação à Saúde. Com as denúncias, os relatos de mortes, a falta de comida nos hospitais e médicos sem receber há cinco meses, o problema ganhou uma proporção que o governo não pôde mais ignorar”, declarou.
O parlamentar destacou que a Sesau enfrenta um endividamento estimado em R$ 300 milhões e criticou a fragmentação dos contratos com empresas terceirizadas, que, segundo ele, contribui para a crise. “Há um fracionamento de contratações que prejudica a gestão. Ortopedistas foram afastados para justificar a entrada de uma terceirizada. Tudo isso levou a esse colapso financeiro da Saúde”, afirmou.
Apesar do orçamento da Sesau ser de R$ 1,4 bilhão, Sampaio acredita que os recursos podem ser insuficientes para cobrir as dívidas e manter os serviços. Ele sugeriu que a nova secretária da pasta, Adilma Lucena, busque apoio do governo federal para reforçar o financiamento da Saúde no estado mencionando como exemplo, o faturamento junto ao Sistema Único de Saúde (SUS), já que há relatos de falhas no repasse de informações, o que estaria gerando perda de receitas.
Sampaio cobrou que a nova secretária apresente um relatório detalhado sobre a real situação da Sesau, com informações sobre dívidas, problemas administrativos e um plano de ação para reorganizar a pasta.
“Estou torcendo pelo trabalho da Adilma, pronto para ajudar, mas preciso ver nela vontade e disposição para enfrentar os desafios, especialmente para se livrar dos tentáculos da gestão anterior, que ainda permanecem na Saúde”, concluiu o parlamentar.