Investigada por grilagem de terras em Roraima, Dilma Costa é exonerada do Iteraima

08/04/2025 13h36 - Atualizado há 5 dias

O governador Antonio Denarium exonerou nesta terça-feira, 8, Dilma Lindalva Pereira da Costa, do cargo de Presidente do Instituto de Terras e Colonização de Roraima ( Iteraima). Segundo a nota, enviada pelo Executivo, a exoneração atende ao pedido de desligamento protocolado pela própria, no dia 7 de abril.

Dilma havia assumido o cargo em 2023. O Governo não informou ainda quem irá substituí-la. Dilma está sendo investigada pela CPI da Grilagem de Terras, que apura a existência de uma organização criminosa suspeita de grilar terras públicas em áreas urbanas e rurais do Estado.

No dia 31 de março, Dilma foi ouvida pela CPI, na ocasião, o deputado Jorge Everton que preside a CPI, afirmou que:

“Ficou evidente que ela tem contribuído para a atuação da organização criminosa. Além disso, sua interferência em processos relacionados ao filho do governador, tentando modificar documentos para encobrir irregularidades, demonstra uma tentativa de obstrução da investigação. Ela também negou documentos e informações solicitadas pela CPI”, declarou o parlamentar.

Investigada e sob pressão

Dilma Costa vinha sendo apontada como peça central em um esquema de concessão irregular de títulos de terras públicas, principalmente na Gleba Baliza, localizada no município de Caroebe, sul de Roraima.

A CPI identificou indícios de favorecimento e Dilma foi acusada de obstruir investigações parlamentaresnegar acesso a documentos oficiais e criar um setor jurídico paralelo dentro do Iteraima, em desacordo com a legislação estadual.

Um dos episódios mais polêmicos foi o envio de um memorando flexibilizando as regras de regularização, minutos antes de uma mensagem enviada ao advogado Reginaldo Alencar, presidente da PROSERR, sugerindo favorecimento.

O Ministério Público de Contas apontou um prejuízo estimado em até R$ 1,3 bilhão com as ações irregulares da ex-gestora, que também é condenada pelo Tribunal de Contas da União por atos praticados quando presidiu o Incra, ficando impedida de exercer cargos federais por cinco anos.

CPI exigia afastamento

Os deputados estaduais Soldado Sampaio (Republicanos) e Jorge Everton (União), respectivamente presidente da Assembleia e presidente da CPI, pediam o afastamento imediato de Dilma, alegando que sua permanência no cargo ameaçava a lisura das investigações e reforçava os indícios de uso político do Iteraima.

Everton reforçou: “A permanência de Dilma no cargo é um risco institucional. Há indícios claros de atuação para encobrir irregularidades e desviar o papel do Iteraima, que deveria servir ao interesse coletivo.”

 


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