O advogado Glicério Fernandes foi designado para gerir a Ouvidoria-geral do Estado. A nomeação está no Diário Oficial do Estado. Ele assume a vaga que estava ocupada por Erico Veríssimo. Anteriormente, Glicério atuava como presidente da Fundação Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh), onde trabalhava desde o início da atual gestão.
O governador Antonio Denarium o exonerou após pressão da Assembleia Legislativa do Estado (ALE). É que o presidente da Casa, deputado Soldado Sampaio (Republicanos) anunciou que iria acionar a Justiça contra dois contratos que somavam R$ 3 bilhões na Femarh, que tratavam da venda de créditos de carbono na região do Baixo Rio Branco.
Conforme a denúncia, a contratação deveria ter ocorrido por meio de licitação, em uma modalidade de concorrência. No entanto, a Femarh selecionou uma empresa por meio de chamamento público. Trata-se da empresa Biosphere Projetos Ambientais (Bipasa). A mesma é conhecida no ramo de comercialização de crédito de carbono, e que o contrato foi assinado em 2 de maio do ano passado.
À época, Sampaio destacou ainda que o chamamento público encontrava-se em sigilo no Sistema de Informações do Governo (SEI). E ressaltou que a empresa contratada falava em ‘apadrinhamento político’.
“Um contrato fraudulento. Esse processo se encontra em sigilo no SEI [Sistema Eletrônico de Informações], você não tem acesso. E essa empresa, famosa nesse ramo, fala até de apadrinhamento político fortíssimo em Brasília. Não tenho dúvida de que o TCE tem que se movimentar, não tenho dúvida de que o MPF vai apurar, e esta Casa vai sustar esse contrato irregular. O Judiciário vai ter que tomar essas providências, porque vou promover uma ação popular contra a Femarh por causa desse absurdo que está sendo feito”, disse.
Com a saída de Glicério, Denarium nomeou o analista ambiental Wagner Severo para presidir a Fundação de Meio Ambiente. Poucos dias após assumir o cargo, ainda sob pressão do Assembleia, o novo gestou anulou os contratos com a empresa Biosphere.