A COLUNA DO PERÔNNICO: Reitor é afastado de funções administrativas e responderá a um PAD por suposto desvio de recursos da UERR

Poder, Política e Bastidores

- Por Expedito Perônnico
17/04/2025 12h41 - Atualizado há 1 dia

O reitor da Universidade Estadual de Roraima (UERR), Claudio Travassos Delicato, foi afastado de funções administrativas na instituição até que se conclua a investigação da Polícia Federal que trata do desvio de recursos da instituição, no âmbito da Operação Cisne Negro. Contra Cláudio Delicato e todos os envolvidos na investigação foi instaurado um PAD - Proceso Administrativo Disciplinar

Delicato, junto com o ex-reitor Regys Freitas e mais oito servidores da UERR, são suspeitos de integrarem uma Organização – segundo relatos da PF – que desviou cerca de R$ 100 milhões dos cofres da instituição entre os anos de 2015 e 2023.

Na época em que o esquema ocorreu, Regys era reitor da instituição de ensino e Claudio Travassos, o vice-reitor. A PF informou, por meio de nota, que os desvios podem “ter ocasionado enriquecimento ilícito dos membros da organização criminosa”.

Permanece reitor

Embora afastada das funções administrativas pelo Conselho Universitário da UERR – decisão tomada em reunião deliberativa na última segunda-feira (14) - Claudio Delicato continua no comando da Instituição, ambarado pelo mandato eletivo conquistado em outubro do ano passado.

Conselho e investigação

A reunião do conselho foi proposta pelo próprio reitor Cláudio Delicato justamente para deliberação à cerca da investigação da Polícia Federal em curso que o envolve [o reitor], o ex-reitor Regys Freitas e maios oito servidores.

Investigação transparente

Para que a investigação fosse feita da forma mais transparente possível, Delicato afirmou ter deixado claro aos servidores que deveriam passar todas as informações que o Ministério Público-MP solicitasse, a fim de deixar o assunto claro e exposto, para que não ficasse nenhuma dúvida em relação à idoneidade de todos que de uma forma ou outra participaram em algum momento desses processos, até mesmo para acabar com a sensação de dúvida e desconfiança.

Delicato impedido

Na sequência da reunião, Cláudio Delicato comunicou sua decisão de declarar-se impedido de presidir aquela sessão extraordinária daquele momento em diante, uma vez que tratariam sobre assuntos específicos da investigação da Polícia Federal-PF, e que o Vice-Reitor, o Professor Edson Damas da Silveira, ficaria responsável, na ocasião, pela Presidência do CONUNI.

Todos se manifestaram

O Vice-Reitor, no exercício da Presidência do Conselho Universitário, permitiu que todos os membros se manifestassem e discutissem amplamente as informações que possuíam sobre a investigação.

PAD para todos

O Conselho Universitário então decidiu por unanimidade:

1. pela instauração de Processos Administrativos Disciplinares (PAD) contra as pessoas que particularmente, naquele inquérito específico, foram citadas ou ouvidas pela Polícia Federal, bem como outras pessoas que eventualmente possam surgir, desde que fossem servidores efetivos.

2. pela comunicação da instauração dos processos administrativos disciplinares aos órgãos de controle, como o Ministério Público, a Polícia Federal, o Poder Executivo, o Presidente da Assembleia, e as autoridades do Estado; Notas UERR/CUNI 17159628 SEI 17201.001921/2025.92 / pg. 1 .

3. dada a gravidade das acusações, aplicar o artigo 141 da Lei Complementar Estadual nº 053, de 31 de dezembro de 2001, e determinar o afastamento temporário das funções administrativas que estejam ligadas ao objeto de investigação naquele inquérito policial - tendo como personagem principal o reitor Cláudio Delicato.

4. em vista da necessidade da instauração e do cumprimento das medidas supracitadas, pedir ao Ministério Público Estadual a cópia de inteiro teor do inquérito, e se não for possível, que este pelo menos indique quem foram os ouvidos, ou supostamente investigados e o que é imputado a cada um.

A Operação Cisne Negro

A operação Cisne Negro da Polícia Federal cumpriu 11 mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos investigados, além de outras medidas cautelares ordenadas pela Justiça do Estado de Roraima, como a colocação de tornozeleira eletrônica.

De acordo com a PF, o ex-reitor é suspeito de favorecer uma empresa de Engenharia em direcionamento de licitação. Os indícios coletados pelas investigações também apontam que houve superfaturamento na contratação dos serviços.

Na época em que o esquema ocorreu, Regys era reitor da instituição de ensino e Claudio Travassos, o vice-reitor. A corporação informou, por meio de nota, que os desvios podem “ter ocasionado enriquecimento ilícito dos membros da organização criminosa”.