Apesar da boa notícia sobre a queda de nos alertas de desmatamento na Amazônia nos primeiros quatro meses de 2025 anunciada pelo governo federal nesta quinta-feira (8), o Greenpeace Brasil alerta para o aumento de mais de 55% nos alertas de abril deste ano, em comparação com o mesmo período de 2024*(para comparar as taxas mensais, é preciso comparar o mesmo mês em diferentes anos).
Segundo os dados do sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), os alertas de desmatamento saltaram de 174 quilômetros quadrados de abril de 2024 para 270 quilômetros quadrados em abril de 2025. A área é equivalente ao tamanho de capitais como Belo Horizonte ou Curitiba.
O Greenpeace Brasil lembra que a expansão da agropecuária na Amazônia tem sido o motor principal do desmatamento no bioma há décadas, e que a pastagem é responsável por mais de 90% do desmatamento na Amazônia brasileira nos últimos 39 anos (de 1985 a 2023), segundo dados do Mapbiomas.
Por isso, a organização defende que seja adotado o monitoramento para toda a cadeia produtiva da agropecuária no Brasil, seja nos financiamentos ou nas cadeias produtivas dos frigoríficos. “Enquanto houver acesso ao crédito rural e investimentos sem critérios socioambientais robustos, bem como empresas que compram e comercializam gado com rastro de desmatamento, essa realidade de desmatamento e devastação das florestas não vai mudar”, diz Bannwart.
Desmatamento e efeito estufa
A porta-voz lembra que, enquanto o uso de combustíveis fósseis é a principal fonte de emissões de gases do efeito estufa no mundo, a principal fonte de emissões desses gases no Brasil é o desmatamento, promovido principalmente pelo avanço do agronegócio sobre ambientes naturais e cuja atividade, por si só, também contribui com um grande volume de emissões.