ESCALADA DA TENSÃO: Guiana denuncia ataques armados contra seus militares na fronteira com a Venezuela

Investida teria ocorrido em Essequibo, região rica em petróleo e minerais disputada por ambos os países e onde Caracas planeja eleger autoridades regionais e parlamentares em 25 de maio

15/05/2025 17h40 - Atualizado há 5 horas

Guiana relatou três ataques de civis armados contra militares da sua Força de Defesa (GDF, na sigla original) na fronteira com a Venezuela nesta quinta-feira, sem feridos. A investida, segundo Georgetown, ocorreu em Essequibo, região rica em petróleo e minerais disputada por ambos os países e onde Caracas planeja eleger autoridades regionais e parlamentares em 25

Nas últimas 24 horas, "homens armados à paisana na costa venezuelana ao longo do Rio Cuyuni (...) realizaram três ataques separados contra tropas da Força de Defesa da Guiana que realizavam patrulhas fluviais", disseram os militares em um comunicado. "Em cada ocasião, a Força de Defesa da Guiana executou uma resposta ponderada, e nenhum policial ficou ferido."

Em 17 de fevereiro, a Guiana também relatou um ataque de uma gangue venezuelana no Rio Cuyuni que deixou seis soldados feridos. O governo venezuelano rejeitou a denúncia como uma "invenção vil", enquanto o Ministério Público venezuelano anunciou uma investigação.

Os militares disseram nesta quinta-feira que "continuarão a responder aos atos de agressão ao longo da fronteira entre Guiana e Venezuela e manterão patrulhas regulares ao longo do Rio Cuyuni".

Venezuela e Guiana têm uma disputa secular pelos 160 mil quilômetros quadrados da região de Essequibo, que se intensificou em 2015 após a descoberta de campos de petróleo pela ExxonMobil. Georgetown, que atualmente controla o território, defende uma sentença de 1899 assinada em Paris que estabeleceu as fronteiras atuais, e o governo do presidente Irfaan Ali solicitou à Corte Internacional de Justiça (CIJ) que a ratifique.

Já a Venezuela, que rejeita a jurisdição do órgão no caso, está apelando de um acordo assinado em 1966 com o Reino Unido antes da independência da Guiana, que anulou a sentença e lançou as bases para uma solução negociada.

Em dezembro de 2023, a CIJ pediu à Venezuela que se abstivesse de qualquer ação "que pudesse alterar" o status quo no Essequibo, no momento em que Caracas realizava um referendo para afirmar sua reivindicação de soberania sobre a área.

Em 25 de maio, a Venezuela realizará eleições regionais e parlamentares e planeja eleger autoridades venezuelanas para a região de Essequibo pela primeira vez. O partido no poder nomeou o almirante Neil Villamizar, que era comandante da Marinha.

A CIJ pediu a Caracas que “se abstenha de realizar eleições, ou de se preparar para realizar eleições, nesse território disputado”, de acordo com uma ordem divulgada pelo órgão no início deste mês. O pedido foi rejeitado pela Venezuela.

 


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