A Operação Atlas 2025, exercício conjunto das Forças Armadas coordenado pelo Ministério da Defesa, será realizada na região amazônica com o objetivo de identificar desafios e oportunidades para aprimorar o planejamento, a coordenação e a execução do deslocamento estratégico das capacidades de defesa do Brasil.
O general de divisão Júlio César Baltieri, subcoordenador da Operação, afirmou nesta quarta-feira (9) em apresentação na Escola Superior de Defesa que a Amazônia foi escolhida para a operação devido aos grandes desafios que impõe à logística e à defesa. “Chegamos à conclusão que se a gente conseguir transportar os nossos meios para a região Amazônica, nós conseguimos para qualquer outra região do país”, destacou.
A região apresenta dificuldades logísticas significativas, como poucas estradas e dependência do modal fluvial, sujeito à sazonalidade dos rios. A Operação, que mobiliza 30,4 mil militares de todas as Forças Armadas e conta com a participação dedicada de 18 oficiais-generais durante duas semanas na fase de planejamento, evidencia a elevada prioridade atribuída pelo
“Manter esse efetivo de oficiais generais aqui espelha a importância que o Ministério da Defesa atribui ao exercício e às próprias forças singulares, visando a gente produzir o melhor exercício possível”, ressaltou Baltieri.
O planejamento da Operação, iniciado em 30 de junho e com término previsto para 11 de julho, antecede a fase de deslocamento estratégico dos meios, programada para setembro. As ações táticas no terreno estão estimadas para iniciar em 27 de setembro.
As manobras se desenvolvem a partir de um cenário fictício, no qual o Brasil — representado por Azúria — intervém para garantir a livre navegação no rio Amazonas e proteger um país vizinho, possibilitando o emprego das Forças Armadas em toda a sua capacidade operacional.
Segundo a corporação, a mobilização civil e militar constitui um pilar fundamental da operação, complementando as capacidades das Forças Armadas no transporte de pessoal e material. “A gente atribui pra mobilização um papel essencial, é a condição sine qua non para o sucesso da operação", afirmou o general, destacando que o exercício permitirá aferir dados mais realísticos e identificar gargalos não previstos.
A operação é vista como um “passo adiante na integração das forças” e na evolução da doutrina militar para a região amazônica, de importância estratégica para o país.
Atuação na COP30
A Operação Atlas 2025, além de seus objetivos principais de aprimorar a logística e promover a integração das Forças Armadas, terá uma função adicional. Durante o anúncio da operação, o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, destacou que parte dos militares envolvidos no exercício também prestará apoio às atividades da COP30, que será realizada no estado do Pará,
"O planejamento do apoio à COP30 ainda está em curso. As quantidades exatas de efetivo e material a serem empregadas no suporte ao evento estão em fase de definição. Em coletiva realizada após o anúncio da operação, o general Baltieri afirmou ser prematuro detalhar as tarefas específicas neste momento, mas garantiu que as informações serão divulgadas à medida que o planejamento avance.