A PCRR (Polícia Civil de Roraima) acompanhou, desde as primeiras horas desta quarta-feira, dia 03, a deflagração da Operação EBDOX, coordenada nacionalmente pela PCDF (Polícia Civil do Distrito Federal), em ação conjunta da 17ª DP (Delegacia de Polícia de Taguatinga Sul) e da DRCC (Delegacia de Repressão ao Crime Cibernético). O alvo da operação é uma organização criminosa especializada em aplicar estelionatos virtuais na modalidade de falsos investimentos, responsável por movimentar mais de R$ 1 bilhão em 2024.
O grupo enganava vítimas em todo o país com a promessa de lucros rápidos e elevados, principalmente por meio de supostos negócios ligados a criptomoedas. A Operação EBDOX foi deflagrada em Roraima e contou também com o apoio da PCBA (Polícia Civil da Bahia), PCPR (Polícia Civil do Paraná), PCMT (Polícia Civil do Mato Grosso) e PCSP (Polícia Civil de São Paulo).
Em Roraima, a PCRR atuou desde as primeiras horas da manhã, cumprindo cinco mandados de busca e apreensão em Boa Vista. Três delegados participaram diretamente das diligências: Wesley Costa de Oliveira, Carla Gabriela Paullain e Pedro Ivo. A ação também contou com o reforço de quatro policiais civis do Distrito Federal, que acompanharam os trabalhos no estado.
As investigações tiveram início em abril de 2024, após vítimas no Distrito Federal relatarem prejuízos milionários. Os golpistas criavam grupos de WhatsApp administrados por um falso economista que se apresentava como doutor pela USP (Universidade de São Paulo). Após conquistar a confiança, ele indicava a plataforma de investimentos EBDOX, que simulava ganhos elevados. No momento em que as vítimas tentavam sacar os valores, eram informadas sobre um bloqueio fictício da PF (Polícia Federal) e pressionadas a pagar uma caução de 5% para liberar os saques. O dinheiro nunca era devolvido e a plataforma saiu do ar.
Segundo a PCDF, a quadrilha era liderada por cidadãos chineses radicados em São Paulo, que cooptavam brasileiros para administrar os grupos e monitorar as vítimas. Esses intermediários recebiam pagamentos em criptomoedas e seguiam catálogos traduzidos para o mandarim. O dinheiro ilícito era lavado por meio da compra de criptoativos, créditos de carbono e até pela exportação de alimentos de Boa Vista (RR) para a Venezuela.
O delegado titular da DRACO (Delegacia de Repressão às Organizações Criminosas), Wesley Costa de Oliveira, que coordenou os trabalhos da PCRR, ressaltou a relevância da integração entre as forças policiais:
"Essa operação é um exemplo da força da atuação conjunta das polícias civis em todo o país. O combate a organizações criminosas transnacionais exige estratégia, inteligência e união. Em Roraima, nossas equipes atuaram de forma técnica e firme no cumprimento das ordens judiciais, garantindo que o braço da lei alcance quem tenta se esconder por trás de fraudes digitais", disse.
O delegado Pedro Ivo também destacou a participação da PCRR na execução dos mandados: "Em Roraima, foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão na capital, com foco em desarticular uma organização criminosa voltada à prática de estelionatos. Esse grupo oferecia altos lucros em falsos investimentos, especialmente no mercado de criptomoedas, prometendo retornos extremamente elevados para atrair as vítimas", detalhou.
Operação Nacional
Até o momento, três pessoas foram presas temporariamente em diferentes estados, entre elas um investigado identificado pelas iniciais J.S.M., de 34 anos. Os envolvidos responderão por estelionato eletrônico, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
As ações foram realizadas de forma simultânea em São Paulo/SP, Guarujá/SP, Boa Vista/RR, Curitiba/PR, Dourados/MT e Entre Rios/BA. No total, foram cumpridos 21 mandados de busca e apreensão, três de prisão temporária e medidas de sequestro de bens e valores.