Áudio vazado e que correu solto em grupos privados no WahstApp, nesta noite de terça-feira (11) mostra um diálogo da deputada estadual Aurelina Medeiros com o “influencer” Faradilson Mesquita sobre o processo de cassação de Antonio Denarium no TRE de Roraima e sobre outras questões do mundo político local
Os dois afirmam que têm a plena convicção de que o governador será cassado. Na conversa traçam possibilidades sobre uma eventual cassação logo aqui, senão, em Brasília. Acham que no TSE a perda do mandato é certa por conta da atual conjuntura com a derrota de Jair Bolsonaro.
A conversa tem detalhes do processo, cita nomes dos envolvidos e mostra que a perspectiva é de que o governador perca o mandato. Faradilson e Aurelina falam de personalidades do mundo político e da justiça. Põem em xeque a idoneidade dos envolvidos na questão e esmiúça detalhes da ação na Justiça Eleitoral.
O diálogo se divide em duas partes. Em ambas o Faradilson, e seu português arcaico, mostra ser uma figura próxima de figurões da vida pública local e bastidores do poder em Roraima.
VEJA BAIXO A TRANSCRIÇÃO DO DIÀLOGO:
Aurelina: “e essa confusão dessa política em Roraima, hein Faradilson?”
Faradilson: “eu acho que o TRE vai cassar. Agora não é por falta de aviso. Eu falei para o Disney... (Disney Mesquita, ex-chefe da Casa Civil e amigo de Denarium).
Aurelina: “... e o clima em Brasília não é bom. Não é o tempo do Bolsonaro, é o clima da perseguição...”.
Faradilson: “... e eu falei para o Disney assim. E o Disney disse: não Fará (Faradilson) já tá tudo resolvido. A questão é o seguinte...”.
Aurelina: “... porque mesmo que resolva aqui, que ganhe, eles estão na expectativa de que vão recorrer...”.
Faradilson: “... mas acho que aqui eles vão pegar bola nas costas. Por que ele disse assim ó... no dia 26 tá morta. O dr. Francisco (Francisco Guimarães, juiz indicado pela OAB) vai pedir uma questão de ordem. E na questão de ordem o processo vai ser morto. Eu conversei com a dra. Tânia (Tânia Vasconcelos, desembargadora e juíza do TRE) na frente do Canarinho. Ela gosta muito de mim. Foi comer um churrasquinho. Eu me dou muito bem com ela. Ai eu dei uma de... E disse dra. Ainda bem que agora as ações... e eu sabia que era questão de prazo, mas dei uma de quem não sabia. Eu disse dra. É bom que as ações contra o governador, que é a ação do Avante, vocês consideraram “inrregular” (sic) porque “tava inrregular” né? Então tá tudo arquivado... ela disse, não...”
Aurelina: “... me parece Faradilson que essa do Avante estava regular. Porque senão era uma mão na roda...”.
Faradilson: “... outras sim, Fará (Faradilson), essa não”.
Aurelina: “mas por que o Francisco? O Francisco é fraco...” Francisco é o advogado Francisco Guimarães que atua na condição de juiz indicado da OAB/RR
Faradilson: “...como é que eles põem um cara fraco?”
Aurelina: “... mas é a OAB”.
Faradilson: “Mas ela disse (ela a desembargadora Tânia) que essa ação quando foi proposta o Avante estava ok. Sete dias depois eles entraram com outras ações e ai sim estava “inrregular” (sic)... Ai eu digo: mas vão suscitar questão de ordem. Com relação a questão da falta de comunicar, de dar o direito da livre defesa e do contraditório ao vice (o vice governador Edilson Damião) e ao Republicanos que “não teve” direito. Ela (Tânia) disse: Fará “nóis tá cheio” de jurisprudências. Isso no início do julgamento já foi julgado”.
Aurelina: “Agora ela (Tânia) foi tão ingênua no segundo julgamento. Ela fez uma questão de ordem... ela fez uma pergunta, não eu não tava aqui, não tô conseguindo localizar... deu a entender que ela não olhou nem para o processo... mas a arguição deles... eu acho assim muito... a saída da gente era o Edilson ficar escondido né? Mas eles suscitaram isso justamente buscando a anulação ai. Mas isso é uma faca de dois gumes. Embora a gente não tenha muita jurisprudência e dizer assim, quando cassa, cassa a chapa. Mas o fato em si é que o Edilson não era candidato... mas que pessoal burro. Ai o Sadimadson (??) um dia me liga procurando a lei da cesta básica. Ai toca a procurar tudo que é lei da cesta básica. Ai vou descobrir a última lei, essa que gerou esse problema. Eu tava internada em São Paulo e não tava lembrada. Eu não vi essa lei... não acredito que ninguém fez...”
A conversa acaba na primeira parte do diálogo e em seguida Aurelina e Faradilson Mesquista dão início a um diálogo curto que fala do deputado Sampaio, das dificuldades da atuação gestão na Assembleia, da conduta dos deputados novatose da quantidade de projetos “sem eira nem beira”.
Aurelina: “Eu tô é cansada na Assembleia. É criando imposto, botando imposto, tirando imposto, doando imposto, doando coisa do Governo. Meu deus, num dá mais para mim não com essa idade”...