10/10/2023 às 07h41min - Atualizada em 10/10/2023 às 07h41min

CONFIDENCIAL | por Expedito Perônnico

A Coluna de hoje: 10 de Outubro | Poder, Política e Bastidores

Juiz cancela nomeação de sobrinho do governador do Maranhão ao TCE. O MESMO ACONTECERÁ EM RORAIMA.

O juiz Douglas de Melo Martins, da Vara de Interesses Difusos e Coletivos de São Luís (Maranhão), cancelou nesta segunda-feira a nomeação de Daniel Itapary Brandão, sobrinho do governador Carlos Brandão, para o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Maranhão.

O caso do Maranhão é absolutamente idêntico ao que ocorreu aqui em Roraima - ipsis verbis, ou seja, ao pé da letra – onde o governador Antonio Denarium manobrou na Assembleia Legislativa para aprovar sua esposa Simone para o cargo de conselheira do TCE.

Denarium se utilizou inclusive do mesmo artifício para consumar a nomeação. Para não configurar nepotismo inventou uma viagem para fora do Brasil – foi bater perna na Guiana – e ficou para o presidente da Assembleia, Soldado Sampaio, a tarefa de nomear a primeira-dama ao cargo no TCE.
 
Em sua sentença no Maranhão, o magistrado disse que, diante da relação de parentesco, “não há como negar a existência de nepotismo”. Ele também afirmou que o ato violou os princípios republicanos da moralidade, impessoalidade, isonomia e eficiência.

Martins lembrou que, em 15 de fevereiro deste ano, o governador comunicou seu afastamento temporário do cargo para viagem internacional; a Assembleia Legislativa maranhense publicou e aprovou o projeto de decreto legislativo com a indicação de Daniel Brandão para o TCE; e a presidente da Casa, deputada Iracema Vale, como governadora em exercício, exonerou o sobrinho de Brandão da secretaria estadual de Monitoramento de Ações Governamentais e assinou sua nomeação para a corte de contas – tudo em menos de 24 horas.

Ao descrever a movimentação política, o juiz disse que Marcus Brandão, diretor institucional da Assembleia Legislativa, também é tio de Daniel; e a relatora do processo de indicação ao TCE, deputada Abigail Cunha, que à época era líder do governo na Casa, foi nomeada para a Secretaria de Estado da Mulher no mês seguinte.

“As circunstâncias objetivas, portanto, conduzem à conclusão de que este açodamento no processo de escolha e nomeação se deu para dissimular a ocorrência do nepotismo”, afirma o magistrado.
 
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