É absolutamente inadmissível a postura do cidadão Antonio Oliverio Garcia de Almeida, o governador de Roraima que atende pelo pseudônimo de Antonio Denarium, em relação a educação no Estado. Não há uma prioridade para este setor, primordial na formação do cidadão.
Desde janeiro de 2019 quando assumiu o governo oficialmente até os dias atuais, quase completando o 5º ano de mandato, Denarium não foi capaz de construir uma única sala de aula em todo o Estado e das escolas existentes que administra, uma grande parte se encontra em estado deplorável. Algumas delas nem serve como unidade escolar, porque a estrutura se encontra completamente deteriorada.
A visão de Denarium para a educação é míope. Ele não consegue enxergar o valor que a educação tem como ferramenta de desenvolvimento humano e econômico. Investir em educação é a chave de sucesso de qualquer administração. Se o governante não tem este tipo de investimento nas pessoas [em educação], ele provavelmente não será bem-sucedido, exatamente o que acontece com a gestão de Denarium.
Não existe um mercado funcional sem um bom governo e que sem um bom sistema educacional não tem uma sociedade qualificada para o mercado de trabalho. Só através do investimento na educação, a economia do estado cresce, a força de trabalho tem maior qualidade e as empresas prosperam.
E nem na hora de endividar o Estado, Denarium foi capaz de colocar a educação no pacote de prioridades. Vai gastar – isso mesmo, gastar – R$ 805 milhões, dinheiro tomado como empréstimo no Banco do Brasil, justamente naquilo que não germina. (veja lista de gastos abaixo).
São R$ 100 milhões para o Parque Anauá – uma área sem funcionalidade -, vai torrar outros R$ 80 milhões na nova sede do Tribunal de Contas do Estado (obra desnecessária), outros R$ 37 milhões em prédios Públicos, mais R$ 30 milhões para concluir a reforma da Maternidade – essa obra que não acaba nunca, e muitos, mais muitos milhões para outas finalidades não urgentes. E pásmem, não reservou um único centavo para a educação. Nam para construção de novas salas, muito menos para restaurar e equipar as escolas já existentes.
É bem verdade que o desmonte da educação em Roraima vem de muito longe. As últimas salas construídas – para que o leitor tenha uma noção de quanto a educação em Roraima não é levada a sério – foram na gestão de Neudo Campos, no primeiro mandato (1995 a 1998). Depois disso, nenhuma sala erguida e o que se viu nos governos seguintes foi muito dinheiro alocado para a educação nos orçamentos faustosos, porém sem o investimento devido.
Esperava-se um bom exemplo de Denarium. Que ele, com seu bordão “tem dinheiro, falta gestão” fosse colocar a administração no caminho do sucesso pela educação, assim como fez a ex-prefeita Teresa Surita que priorizou a educação tanto que colocou Boa Vista no mapa referencial dentro e fora do Brasil, como a cidade onde a educação é classificada como obrigação. As bases da educação em Boa Vista foram tão bem fincadas, que o prefeito Arthur Henrique mantém até hoje a filosofia da antecessora e os investimentos no setor foram mantidos como prioritários.
Então essa pergunta se faz com frequência em Roraima: como é que o Governo de Denarium consegue ser tão ruim em educação? A resposta é simples: não há visão ampla da educação como formadora de cidadania. Para Denarium o que germina é plantar soja e engordar bois. Investir no desenvolvimento do ser humano é gasto, e custa caro.
LISTA DE GASTOS DOS R$ 805 MILHÕES DO EMPRÉSTIMO. NADA PARA EDUCAÇÃO:
R$ 100 milhões para revitalização total do Parque Anauá, com intenção de atrair turismo; R$ 30 milhões para terminar a reforma da Maternidade Nossa Senhora de Nazareth; R$ 80 milhões para a construção de um novo bloco no Hospital Geral de Roraima; R$ 30 milhões para construção de rede de média e alta tensão; R$ 239 milhões para pavimentação de estradas e vicinais; R$ 20 milhões para urbanização de sedes de vilas no interior; R$ 43 milhões para a segunda etapa da obra da ponte do Passarão; R$ 37 milhões para construção de prédios públicos; R$ 11 milhões para terminar a obra do prédio do Detran; R$ 80 milhões para construção de um prédio do Tribunal de Contas do Estado; R$ 20 milhões para ampliação da Feira do Produtor; R$ 30 milhões para o fortalecimento da agricultura familiar; R$ 15 milhões para a construção de um aterro sanitário.