15/12/2023 às 14h34min - Atualizada em 15/12/2023 às 14h34min

CONFIDENCIAL: A imagem desgraçada de um ex-senador da República. por Expedito Peronnico

A Coluna de hoje: 15 de Dezembro | Poder, Política e Bastidores

Foto: Caíque Rodrigues/g1 RR
A desgraça de um homem pode ser notada numa imagem: o ex-senador Telmário Mota – preso sob acusação de ter mandado matar a mãe de uma de suas filhas – foi levado a uma delegacia de Boa Vista nesta quinta-feira para depor e ao sair – com aquela indumentária amarela de presidiário – deixou expor seu estado degradante.
 
Magro, quase sem cabelos, expressão facial caquética, a figura de Telmário Mota mostrada na TV Roraima contrasta com a daquele caboclo macuxi que demonstrava vigor na verborreia retórica de que todos ou quase todos em Roraima eram corruptos e parecia se sentir bem ao confrontar os políticos como se só ele existisse no tabuleiro do poder.
 
Telmário ocupou a cadeira de senador da República por oito anos seguidos, mas não foi capaz de se consolidar como liderança política. Quando não ocupava a tribuna da Casa para falar bobagens – como aquela histórica narração de que o planeta Terra se chocaria com outro Planeta da Galáxia, batizado por ele de Nibirú – perdia o tempo atacando e insultando adversários, principalmente o ex-senador Romero Jucá.
 
Raríssimas vezes Telmário foi lúcido na defesa de algo que servisse ao Estado, tanto que perdeu a reeleição em 2022 porque o povo já não o suportava mais. A eleição de Telmário em 2014 quando foi capaz de derrotar o ex-governador Anchieta Júnior e o ex-deputado Luciano Castro que disputavam com ele a única vaga de senador, foi vista como sinal de protesto das minorias e mais ainda como um sopro de renovação na política local.
 
Afinal de contas um ex-vereador de Boa Vista chegava ao Senado da República atropenando figuras proeminentes da política e mais ainda com a promessa de que Roraima se orgulharia de um filho seu com representatividade legítima na capital do País. Mas a história se encarregou de mostrar o contrário: Telmário senador não passou de uma aberração que Roraima é capaz de parir a cada ciclo eleitoral.
 
A biografia do ex-senador Telmário Mota certamente não será generosa com ela. Os feitos são insignificantes diante das deformidades cometidas na sua trajetória de homem público. E são muitos os defeitos. Principalmente no âmbito da política quando brigou com quase todo mundo em Roraima, afastando do seu ciclo inclusive antigos e fieis aliados.
 
Telmário defendia a bandeira da honestidade, da moralidade, dos bons costumes e pregava a anti-corrupção como lema. Mas foi pego em alguns momentos de leseira, cometendo atrocidades, como demonstra seu histórico de acusações de violência doméstica, casos extraconjugais e rivalidades políticas acirradas em Roraima. E foi justamente uma dessas suas atitudes violentas que o levou ao xadrez: ele foi preso sob a acusação de ter mandado matar Antônia Araújo de Souza, de 52 anos, mãe de sua filha mais nova.

Telmário sempre demonstrou ser dono de uma personalidade agitada e instável. Costumava gritar com todo mundo, falar alto e sempre se colocou como vestal da verdade, mas parece sofrer de esquizofrenia, um transtorno mental caracterizado pela perda de contato com a realidade.

Muito bem! Telmário teve seu tempo. Experimentou o auge da vida pública, conviveu com o poder, frequentou o ciclo da burguesia política de Brasília, estava sempre na vitrine, mas alguns deslizes de comportamento o colocaram na lona. Pior, na cadeia. Se apurada a verdade de que foi ele quem planejou e mandou matar a mãe de sua própria filha, aí, Telmário, essa sua culpa não terá correção. E a Polícia parece estar certa de que o erro está consumado.

A verdade é que a trajetória política de Telmário acabou. E sua vida social também. Sem ter como provar sua inocência no caso da morte de dona Antônia, terá que aceitar a convivência dos colegas de prisão como sua nova família. E apesar de afirmar que não mandou matar, não sabe quem mandou matar e nem sabe que matou Antônia, o ex-senador ficará por um tempo recolhido, porque a Justiça acaba de terminar que ele responderá por esse crime na prisão.


 

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