17/02/2024 às 07h20min - Atualizada em 17/02/2024 às 07h20min

VENEZUELA: Maduro age na 'contramão' de acordo sobre eleições, avaliam diplomatas brasileiros

Acordo de Barbados prevê eleições em 2024 na Venezuela e libertação de adversários. Recentemente, país expulsou funcionários da ONU; e Suprema Corte inabilitou opositora.

Diplomatas do Brasil ouvidos pela GloboNews nesta sexta-feira (16) avaliaram, na condição de anonimato, que o presidente venezuelano Nicolás Maduro está "esticando a corda" e agindo na "contramão" do acordo que prevê, entre outros pontos, eleições no país neste ano e a libertação de opositores presos.

Nesta quinta (15), o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yvan Gil, informou que funcionários do Alto Comissariado de Direitos da Organização das Nações Unidas deverão deixar o país.

A medida foi anunciada após eles terem divulgado um relatório no qual afirmaram que o programa do governo venezuelano de combate à fome é ineficiente e suscetível a influências políticas.


Para o governo de Nicolás Maduro, o grupo agiu como advogado de “golpistas" e “terroristas”, acrescentando que os funcionários da ONU só poderão permanecer no país se retificarem o estudo.

Também nesta semana, o Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU, os Estados Unidos e organizações humanitárias condenaram a prisão da ativista Rocío San Miguel.

Ela está na sede do serviço de inteligência, em Caracas. Rocío é conhecida por fazer denúncias sobre tortura sofrida por detidos pelo governo.

Em outra ação controversa, o Supremo Tribunal de Justiça, alinhado ao governo Maduro, inabilitou recentemente María Corina Machado, opositora de Maduro e até então candidata a presidente nas eleições deste ano.

Momento pede 'cautela'

Segundo diplomatas ouvidos pela GloboNews, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva adotou como estratégia a aproximação com Maduro ao longo de 2023 e costurou o Acordo de Barbados – que prevê, entre outros pontos, a realização de eleições neste ano e a libertação de opositores presos.

Agora, diante dos novos fatos no país vizinho, integrantes do governo brasileiro avaliam que a situação se agravou. E que, por isso, novas conversas devem acontecer.

Embora concordem que o momento pede "cautela", as fontes divergem sobre o tom a ser adotado se o Brasil concluir que Maduro está agindo contra o processo eleitoral e descumprindo o acordo.

Fonte: G1
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