Uma fumaça intensa se espalhou pelas ruas de Boa vista na madrugada desta quarta-feira (21). Foi possível observar a neblina em pelo menos oito bairros da Capital roraimense. No bairro Satélite, na zona Oeste, foi perceptível a mudança no céu. Aliás, desde o inicio de fevereiro, Roraima (RR) teve aproximadamente 689 focos de queimadas.
A nuvem cinzenta é consequência do fogo causado pelos pontos de calor em diversos municípios do Estado. Os bairros Jardim Tropical, Mecejana, Silvio Leite, Caranã, Cinturão Verde, São Francisco e Senador Hélio Campos também foram afetados pela fumaça.
Além disso, a fumaça que assola Boa Vista também já se espalhou pela terra indígena Yanomami, situada em Roraima e no Estado do Amazonas (AM), ela é resultado de incêndios nas localidades de Amajari e Mucajaí.
De acordo com o corpo de Bombeiros de Roraima (CBMRR), Amajari registrou 110 focos de incêndio na última quinta-feira (15) e na última sexta-feira (16). Ainda segundo a corporação, já foram controlados cerca de 769 pontos de incêndio em todo o Estado desde o início das operações de verão, em outubro do ano passado. Segundo eles, cerca de 5331 ações preventivas foram realizadas.
Ramón Alves, analista ambiental e meteorologista da Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (FEMARH), afirma que o avanço da fumaça das queimadas é causado pelo curso dos ventos.
“Neste mês, nós estamos com muitos focos de fogo, aproximadamente 80% acima da média, já se passaram de 600 (focos), com isso, às vezes, acontece de ventos que estão em direção Nordeste e Leste trazerem um pouco de fumaça para a nossa cidade”, disse Ramón, em entrevista ao G1.
Aliás, com esse possível aumento no número de pontos de calor, há o risco da fumaça voltar a cobrir Boa Vista e outras cidades com base nos dados do meteorologista. Assim, a qualidade do ar pode ser afetada e passar de boa para moderada ou ruim.
Vale destacar que, atualmente Roraima enfrenta um período de seca, em decorrência do fenômeno El Ninõ, que aquece as águas do Oceano Pacifico, alterando temporariamente a distribuição de umidade e calor do planeta. No Brasil, ele ocasiona secas prolongadas nas regiões Norte e Nordeste e chuvas intensas e volumosas no Sul .