A Polícia Federal reforçou as ações na terra indígena Yanomami, em Roraima. Clima é de tensão na região.
Oito garimpeiros foram assassinados na terra indígena Yanomami em Roraima. De acordo com informações preliminares, os mortos não seriam indígenas, o que aponta para uma possibilidade de retaliação contra os mineiros.
A Polícia Federal (PF) está encarregada de apurar as mortes. Os corpos foram encontrados nessa segunda-feira (1º/5) em Uxiu, na Terra Indígena Yanomami, durante um sobrevoo da corporação.
A corporação, em nota, afirmou que está apurando as circunstâncias que envolvem as oito mortes. “Foram realizadas perícias e levantamentos no local onde os corpos foram encontrados”, afirma. A PF ainda informou que “já articulou com as demais forças de Segurança Pública e Defesa envolvidas na Operação Libertação a retirada dos corpos do local e realização dos exames médico-legais para se descortinar as causas das mortes e coleta de outras informações que auxiliem na elucidação do ocorrido”.
O governo do estado de Roraima informou que por se tratar de conflitos em áreas indígenas, a responsabilidade sobre o assunto é da esfera federal. “Cabe ao governo do estado nesse momento somente repassar informações a respeito, apenas, aos boletins relacionados ao estado de saúde dos envolvidos no conflito”, afirma.
A nota do governo estadual ainda afirma que os corpos encontrados na Terra Indígena Yanomami serão levados para o Instituto Médico Legal (IML) de Boa Vista (RR), na quarta-feira (3/5). Procurado, o Ministério dos Povos Indígenas afirmou que aguarda informações das autoridades locais em campo. “Até o momento, não temos informações confirmadas”, completa a pasta.
Conflito
No último sábado (29/4), um indígena Yanomami morreu e outros dois ficaram feridos após ataque de garimpeiros. A informação foi confirmada pelo líder indígena Júnior Yanomami, nas redes sociais.
Um dos alvejados é um indígena que trabalha como agente de saúde na região de Uxiu. Os feridos foram resgatados pelo Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Yanomami e estão em estado grave.