28/03/2024 às 15h56min - Atualizada em 28/03/2024 às 15h56min

Lula classifica como “grave” candidata ser barrada de concorrer em eleições na Venezuela

As eleições venezuelanas ocorrem no dia 28 de julho e são alvo de questionamentos e denúncias de perseguição

O presidente Lula classificou como “grave” o fato de Corina Yoris ter sido impedida de registrar candidatura às eleições presidenciais na Venezuela. Corina integra um grupo de oposição a Nicolas Maduro, com quem o presidente tem afinidade.

As declarações foram dadas durante cerimônia de recepção ao presidente francês, Emmanuel Macron, em visita ao Brasil. As eleições venezuelanas, agendadas para o dia 28 de julho, estão marcadas por questionamentos e denúncias de perseguição contra opositores do atual regime.
 
Lula disse que conversou com Nicolás Maduro e disse que seria essencial garantir o processo democrático no país, porque é "importante para a Venezuela voltar ao mundo com normalidade". No entanto, o petista afirmou acreditar que a candidata tenha sido prejudicada.

 
"Eu fiquei surpreso com a decisão. Primeiro a decisão boa, da candidata que foi proibida de ser candidata pela Justiça [María Corina Machado], indicar uma sucessora [Corina Yoris]. Achei um passo importante. Agora, é grave que a candidata não possa ter sido registrada", disse.
 
"Ela não foi proibida pela Justiça. Me parece que ela se dirigiu até o lugar e tentou usar o computador, o local, e não conseguiu entrar. Então foi uma coisa que causou prejuízo a uma candidata", continuou.

"O dado concreto é que não tem explicação. Não tem explicação jurídica, política, você proibir um adversário de ser candidato."
Ao lado de Lula, o presidente francês, Emmanuel Macron, disse concordar com o posicionamento do brasileiro, e que vai tentar convencer Maduro a permitir a participação de candidatos barrados.

Candidatura não registrada
Esta foi a primeira declaração de Lula sobre o tema desde que, nesta semana, o Brasil externou preocupação com as eleições na Venezuela, após a impossibilidade do registro da candidatura de Corina Yoris, na última segunda-feira (25). A situação também gerou reações de outras nações.

Após o fim do prazo para inscrição de candidatos, a coalizão Plataforma Unitária Democrática, que reúne dez partidos de oposição, afirmou não ter conseguido registrar o nome de Corina Yoris.

Ela já havia sido escolhida porque a candidata inicial, María Corina Machado, foi inabilitada pela Suprema Corte venezuelana, alinhada a Maduro.
Diante disso, a oposição deve apoiar o nome de Manuel Rosales, que conseguiu se inscrever de última hora no processo eleitoral.

As eleições venezuelanas ocorrem no dia 28 de julho e são alvo de questionamentos e denúncias de perseguição de opositores ao regime de Maduro.
 
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