24/05/2024 às 08h52min - Atualizada em 24/05/2024 às 08h52min

Governo Federal investirá R$ 100 milhões para montar Hospital Universitário em Boa Vista

Parceria entre o MEC, a Ebserh e a Universidade visa à gestão de novo hospital universitário em Roraima, que inclui R$ 100 milhões do governo federal para obra e aumento de leitos

Fotos: MEC/Divulgação
Ministério da Educação (MEC) — por meio da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) e da Universidade Federal de Roraima (UFRR), entidades vinculadas à Pasta — assumiu, nesta quinta-feira (23), a gestão do Hospital das Clínicas Dr. Wilson Franco, que se converterá no Hospital Universitário da UFRR (o primeiro do estado). Além disso, será implantada a primeira Unidade de Retaguarda Hospitalar dos Povos Indígenas (URHPI) do Brasil, com a criação de 35 leitos na primeira fase da implantação.  

A obra de implantação do hospital universitário da UFRR contará com investimento de R$ 100 milhões do governo federal, divididos em: R$ 50 milhões provenientes do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC); e R$ 50 milhões do Fundo Amazônia. 

Com a parceria, a população de Boa Vista e da região terá um hospital voltado à formação e à especialização profissional na área da saúde, bem como ao desenvolvimento de estudos clínicos inovadores. Está prevista, ainda, a construção de um bloco dotado de Centro Cirúrgico e Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para adultos. O número de leitos será ampliado de 128 para 180, sendo 20 destinados à UTI. Além disso, pode-se chegar a 220 leitos com a construção do bloco destinado ao atendimento a povos indígenas. Outra novidade é a previsão de criação do Centro de Imagem e do Ambulatório de Especialidades Médicas. 

O Ministro de Estado da Educação, Camilo Santana, parabenizou a equipe da Ebserh e da UFRR pelo projeto da URHPI, cujo objetivo é fortalecer a rede de saúde do estado. A expectativa é ampliar e qualificar o acesso dos povos indígenas aos serviços hospitalares e ambulatoriais especializados, além de: reduzir o tempo de espera para exame e do período das famílias nas Casas de Apoio à Saúde Indígena (Casais).  


“Hoje é um marco histórico para a Universidade Federal de Roraima. Isso vai ajudar muito na formação, na prática dos nossos alunos de medicina aqui, no campus da universidade, e vai ampliar os serviços de atendimento à população através do SUS [Sistema Único de Saúde]. E uma novidade que vai ser pioneira no Brasil: que será o Bloco de Atendimento aos Povos Indígenas. Vai ser uma experiência inovadora, que poderá servir também para outros estados no futuro”
, afirmou. 


De acordo com o presidente dEbserh, Arthur ChioroBloco de Atendimento aos Indígenas terá ambientes adaptados, com enfermarias preparadas tanto com leitos (camas) como com rede. Os vasos sanitários e os utensílios também serão adaptados à realidade e às necessidades dos pacientes indígenas. “Um dos desafios que nós temos é não apenas aprimorar o Hospital de Clínicas e transformar em um hospital universitário, mas, como foi dito aqui, construir a primeira Unidade de Retaguarda Hospitalar dos Povos Indígena do País. Se trata de garantir a ampliação do hospital na sua dimensão clínica e cirúrgica para adultos e, ao mesmo templo, implementar essa unidade de URHPI”, pontuou. 

De acordo com a estudante de medicina Luiza Souza, a UFRR sempre lhe proporciona oportunidade, seja por meio dos docentes do curso, seja por meio das experiências de pesquisa que a universidade propõe. Ela também destacou que o advento do hospital universitário vai gerar mais condições para a aplicação dos conhecimentos adquiridos por meio do curso — não só para os acadêmicos de medicina, mas também para os da área da Saúde como um todo. A estudante acredita que isso também vai beneficiar a população em geral. 

O secretário especial de Saúde Indígena do Ministério da Saúde, Weibe Tapeba, considerou a ocasião histórica, por Roraima ter o primeiro hospital universitário que levará as ações de atenção especializada de alta e média complexidade exclusiva para a população indígena brasileira. Ele pontuou, ainda, que a intenção do Ministério da Saúde é expandir o projeto para os demais territórios indígenas do Brasil. “Acreditamos que o que estamos fazendo aqui é uma reparação histórica de povos que sofreram com violação de diretos humanos de forma histórica, de omissão, de negligência, e essa emergência sanitária tem muito o que ensinar, de que os povos indígenas precisam, de fato, ser respeitados cada vez mais”, ressaltou.  

Weibe Tapeba lembrou que o Programa Mais Médicos, executado pelo Ministério da Saúde em parceria com o Ministério da Educação, é uma política que garante, cada vez mais, o fortalecimento dos princípios do Sistema Único de Saúde. “Graças a ele [ao programa], conseguimos recrutar 40 médicos fixados no território Yanomami, levando assistência para essa população”, contou.

O reitor da Universidade Federal de Roraima, José Geraldo Ticianeli, destacou que, dos cinco hospitais universitários previstos no novo PAC, o da UFRR é o primeiro a conseguir implantar o contrato de gestão. Também pontuou que saúde e educação sempre devem ser uma política de Estado, e nunca de governo. “Talvez, aqui, nós temos um exemplo disso, em que pessoas de diferentes partidos, ideologias, esferas administrativas se unem em prol de uma população. E quando isso acontece, as coisas se concretizam, elas se materializam, e o nosso hospital foi um exemplo disso”, concluiu.    

Parceria – O Hospital Universitário da UFRR é o primeiro do estado de Roraima, fruto da doação à União do Hospital das Clínicas Dr. Wilson Franco, que pertencia ao estado. Para o governador de Roraima, esse é um fato inédito. Ele acredita que a Ebserh vai trabalhar para auxiliar o governo do estado a melhorar a qualidade de vida do povo de Roraima. Quem ganha é toda a nossa população, toda a comunidade acadêmica e os estudantes de medicina e enfermagem. Quem ganha também é a saúde de Roraima, a universidade federal daqui do estado, o Ministério da Saúde. Enfim, é uma ação que vai beneficiar toda a população de Roraima”, comemorou. 

Ebserh – Vinculada ao MEC, a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares foi criada em 2011 e, atualmente, administra 42 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde ao mesmo tempo em que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação. 

 
Fonte: Ministério da Educação

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