22/09/2024 às 07h25min - Atualizada em 22/09/2024 às 07h25min

CONFIDENCIAL: Mãe e filha mortas por negligência em hospitais do Governo e uma familia destruída. De quem é a culpa?. por Expedito Perônnico

Cecília e Denarium: responsáveis diretos pelo descaso na saúde pública no Estado de Roraima
Uma humilde dona de casa morreu na UTI do Hospital Geral de Roraima porque não recebeu a devida atenção antes de ser acometida pelas enfermidades que acabaram por tirar sua vida. Mas antes, perdeu seu bebê recém nascido na Maternidade do Estado porque no local não havia oxigênio para socorrer a criança que sofreu danos irreversíveis no parto.

Pois bem, senhoras e senhores cidadãos de Roraima: a jovem senhora Carmem Elisa Emiliano Silva, que teve a morte anunciada neste sábado (21) foi a mais recente vítima da irresponsabilidade de um governador e de sua secretária, por este que podemos classificar de “crime hediondo”. O que fizeram com essa mãe e sua filha pode ser tipificado como crime sim. 


Houve negligência, houve descuido, má vontade, descaso, ou seja, um rosário de atitudes tecnicamente falhas que acabou por gerar mais um número para a estatistica de mortes que a saúde pública no Estado de Roraima vem produzindo na gestão de Antonio Debnarium. 

O governador e sua intocável secretária Cecília Lorenzon têm que ser incriminados por esta tragédia familiar. Uma família destruída porque o Estado não proveu como devia as ações obrigatórias para cuidar de uma paciente que ingressou viva na maternidade junto com seu bebê e de lá saíram mortos para um cemitério.

| Elisia: vítima de irresponsabilidade de um governador e sua secretária de Saúde.

 
O Hospital Materno-Infantil Nossa Senhora de Nazareth, que ainda tem parte de sua estrutura montada em tendas de lona, jamais deveria ter sido reinaugurado sem que a obra estivesse concluida por inteira. Uma reforma prometida para ser entregue em 2021, se arrasta nesse tempo todo por pura incapacidade desse governador de cuidar das coisas do Estado.

Entregaram um prédio ainda inacabado, sem os equipamentos hospitalares instalados, sem estrutura de atendimento em centros cirúrgicos e leitos montadas, sem o pessoal devidamente capacitado, a ponto de negligenciarem um atendimento aparentemente normal a uma grávida e suas filha por simples falta de oxigênio.

É doloroso, cruel, ao mesmo tempo triste ter que relatarmos tal situação. Ainda mais revoltante é o contraditório apresentado para este caso pela secretária Cecília, que ao invés de assumir a responsabilidade pelo ocorrido, se desculpar por sua incompetência, preferiu responsabilizar a imprensa atribuindo “Fake News” para o ocorrido, que logo ganhou os protestos devidos nas redes sociais.
“Fake News nada governador, respeita o povo roraimense, a família não iria conceder entrevista se fosse mentira. Mais empatia pelas mulheres”, disse uma internauta na página oficial do Governo de Roraima.

“Achei que a nova maternidade contava com leitos de UTI conforme pronunciado na propaganda do governo”, questionou outra pessoa. 

Um outro internauta reclamou que o Governo de Roraima, conforme ele, só dar assistência ao povo em época de eleições.

“Vocês dão assistência em tempo de campanha né? Por quê nunca ouve nota sobre os fatos que vem acontecendo na maternidade, só quem entra lá dentro seja pra acompanhar ou dar a luz sabe como é. Ainda tem gente querendo dar a prefeitura pra esse povo”.

Carmem estava sob os cuidados da equipe médica da UTI do HGR há uma semana. Ela teve eclâmpsia na maternidade e seu bebê morreu durante um parto. De acordo com o pai da criança, não havia oxigênio no Centro Cirúrgico, o que pode ter sido definitivo para a morte da criança.
 
Entenda
Arrasado e destruído, Rodrigo Silva, pai do bebê que morreu na Maternidade no último sábado (14), detalhou sobre o óbito da criança na unidade na segunda-feira (16). Ele afirmou que não havia oxigênio para o recém-nascido no local.

Rodrigo relatou demora para o atendimento e também para encontrar oxigênio para a esposa. Segundo ele, o problema começou ainda na entrada da mulher na maternidade, com a dificuldade para encontrar um leito na maternidade recém inaugurada por Denarium.

“Demoraram muito para atender ela. Médicos e enfermeiros não estavam apreensivos […] Ela estava entubada e respirando normal, a minha esposa. Depois que tiraram o tubo e trouxeram ela para respirar normal, o quadro dela começou a piorar e começou a ficar roxa. Eu chamei os médicos, os enfermeiros, mas teve uma hora que não tinha oxigênio na Ala das Orquídeas, não tinha oxigênio lá. Foram atrás em outra ala e não tinha oxigênio também lá. Caçaram muito esse oxigênio, demoraram muito para encontrar e poder levar ela para a sala da cesárea. Mas ela não estava mais respirando, estava ficando roxa. Demoraram muito para atender ela, para conseguir um leito. Ela estava com pressão alta e gritava muito, mas demorou muito para ela ser atendida”, disse o marido da paciente.

 
Oxigênio
Ainda de acordo com o Rodrigo, a esposa teve uma parada cardiorrespiratória. Na sequência, a mulher precisou passar por uma cesariana. O pai da criança afirma que, posteriormente, foi informado de que não havia oxigênio para o bebê.
 
“Mandaram eu sair, mas eu ainda consegui ver. Tentaram fazer a remoção da neném, aplicaram remédio nela para ela voltar. E foi a médica que falou para mim que não tinha oxigênio para a bebê, que só tinha oxigênio para a mãe e que não poderiam fazer nada. Isso é um descaso e falta de respeito. Lá na sala da cesárea, a médica me informou, ela falou para mim próprio que não tinha oxigênio lá na sala de parto cesariana”, relatou o pai da criança.

 
UTI

| A maternidade reformada de Denarium. De novo mesmo só a pintura

 
Após complicações no parto, Carmem Elisia então precisou ser encaminhada para o Hospital Geral de Roraima. Conforme o marido dela, por falta de UTI na Maternidade que acabara de ser entregue como obra de Denarium.

“Ela chega boa e agora está desse jeito, respirando por aparelho. Isso é um descaso. A Sesau disse que desmentiu, mas se eu estava lá, vi tudo, estou com a perda de uma filha e não estou aqui para mentir. Não quero nada, só quero Justiça”, disse Rodrigo.

A morte de Elisa Emiliano não pode ser esquecida. O povo de Roraima, sobretudo as mulheres mães, têm que protestar. Se não podem se manifestar em público, mas ruas, que se manifestem nas redes sociais, em grupos de Wahts App, por telefone, em conversas de grupos, com os amigos, mas que não deixem de condenar e pedir cadeia para esses criminosos que mataram Elisa e sua filha.

A crise na saúde pública em Roraima é consequência de uma gestão desastrosa e desprovida de planejamento. Há muito dinheiro envolvido, mas quase nada de resultados. Há muito dinheiro destinado à Saúde em Roraima, mas falta gestão. É preciso e necessário que esse caso da morte de Elisa e de sua filha tenha uma resposta dos órgãos de controle (Ministério Público, TCE, Assembleia Legislativa), e que os verdadeiros culpados por essa tragédia sejam punidos severamente.

A maneira como a pessoa humana é tratada quando necessita de atendimento de saúde no Estado, mostra a triste realidade da administração pública em zelar por esse direito garantido constitucionalmente. Descaso, negligência e principalmente a falta de respeito com os cidadãos é um assunto que merece atenção, uma vez que nosso bem maior está em discussão, nosso bem-estar, nossas vidas. É dever do Estado e não faculdade, proporcionar o mínimo de condição para que a população possa ter dignidade quando necessitar de cuidados.

O Governo de Denarium já está marcado e certificado pelo descaso com a saúde pública. A Secretaria de Saúde (Sesau) se tornou um antro de denúncias envolvendo os mais variados escândalos, todos autenticados com a marca Cecília Lorenzon. É dinheiro sobrando e resultado faltando.

O pior de tudo isso é que somos obrigados a aceitar a narrativa de que ninguém faz nada. Porque há anos a Sesau frequenta as manchetes policialescas, os escândalos se avolumam, operações policiais, CPIs e interrogatórios são realizados, mas o descaso continua, a saúde vive um descaso continuado e a sociedade desassistida. E de quem é a culpa por isso: de Denarium e de Cecília Lorenzon, claro!

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