23/09/2024 às 12h59min - Atualizada em 23/09/2024 às 12h59min

População é convocada para protestos contra mortes de mulher e seu bebê recém nascido por descaso na saúde do Estado

Protesto está marcado para as 16h desta segunda-feira, 23. Movimento ocorre em homenagem à Carmen Elisa Emiliano Silva e à sua filha que morreu na unidade, segundo a família, por falta de oxigênio no local

A população de Boa Vista foi convocada para uma manifestação em frente à Maternidade Nossa Senhora de Nazareth, no bairro São Francisco. O protesto vai acontecer nesta segunda-feira, 23, às 16h.

Conforme comunicado divulgado à imprensa, o movimento será em homenagem à Carmen Elisa Emiliano Silva e à sua filha que morreu na unidade, segundo a família, por falta de oxigênio no local. A mulher também morreu no último sábado, 21, na UTI do Hospital Geral de Roraima após sofrer complicações no parto.

“Mais uma tragédia envolvendo uma mãe em gravidez de risco e um bebê que teve segundos de vida, segundo testemunhas. É necessário que nós, moradores de Boa Vista, tenhamos a sensibilidade e empatia com todos os envolvidos nessa terrível e triste história em que não há nenhuma transparência por parte das instâncias oficiais sobre o caso. Venha prestar sua homenagem, sua revolta, seu grito contra a morte de mulheres, mães e crianças, algo que já é ‘recorrente’ em nossa realidade”, ressaltou o texto.

Entenda

Um recém-nascido morreu na Maternidade Nossa Senhora de Nazareth no dia 14 de setembro. Para a família, tratou-se de um caso de negligência.

O pai do bebê e marido da paciente detalhou sobre o óbito da criança e afirmou que não havia oxigênio para a filha no local.

O homem relatou demora para o atendimento e também para encontrar oxigênio para a esposa. Segundo ele, o problema começou ainda na entrada da mulher na maternidade, com a dificuldade para conseguir um leito.

“Demoraram muito para atender ela. Médicos e enfermeiros não estavam apreensivos […] Ela estava entubada e respirando normal, a minha esposa. Depois que tiraram o tubo e trouxeram ela para respirar normal, o quadro dela começou a piorar e começou a ficar roxa. Eu chamei os médicos, os enfermeiros, mas teve uma hora que não tinha oxigênio na Ala das Orquídeas, não tinha oxigênio lá. Foram atrás em outra ala e não tinha oxigênio também lá. Caçaram muito esse oxigênio, demoraram muito para encontrar e poder levar ela para a sala da cesárea. Mas ela não estava mais respirando, estava ficando roxa. Demoraram muito para atender ela, para conseguir um leito. Ela estava com pressão alta e gritava muito, mas demorou muito para ela ser atendida”, disse o marido da paciente.

Oxigênio

Ainda de acordo com Rodrigo, a esposa teve uma parada cardiorrespiratória. Na sequência, a mulher precisou passar por uma cesariana. O pai da criança afirma que, posteriormente, foi informado de que não havia oxigênio para o bebê.

“Mandaram eu sair, mas eu ainda consegui ver. Tentaram fazer a remoção da neném, aplicaram remédio nela para ela voltar. E foi a médica que falou para mim que não tinha oxigênio para a bebê, que só tinha oxigênio para a mãe e que não poderiam fazer nada. Isso é um descaso e falta de respeito. Lá na sala da cesárea, a médica me informou, ela falou para mim próprio que não tinha oxigênio lá na sala de parto cesariana”, relatou o pai da criança.


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