Desde que a Casa de Governo foi implantada na Terra Indígena Yanomami em Roraima, em março de 2024, o combate ao garimpo ilegal ganhou uma força sem precedentes. Com mais de 3.035 operações realizadas até novembro, as ações têm desarticulado uma rede criminosa que explora recursos como a cassiterita, o mercúrio e, claro, o ouro.
Só este ano, 33,5 quilos do mineral foram confiscados, incluindo uma carga de 21 quilos avaliada em R$ 10 milhões, apreendida pela Polícia Rodoviária Federal em novembro. A Casa de Governo lidera uma estratégia que mobiliza diversos órgãos federais para proteger a maior terra indígena do Brasil, com seus 9,5 milhões de hectares.
O saldo das operações até o momento é impressionante: 397 acampamentos criminosos destruídos, 996 motores e 108 mil litros de diesel inutilizados. Além disso, 22 aeronaves, 86 embarcações e 118 toneladas de cassiterita, e mais de 30 quilos de ouro foram tirados de circulação.
Mais do que números, essas ações representam um golpe estrutural no garimpo ilegal e seus impactos devastadores sobre o meio ambiente e as comunidades Yanomami, Ye’kwana e Sanöma.
Queda de novos garimpos e apreensão de ouro O patrulhamento na Terra Indígena Yanomami é realizado por órgãos como Polícia Federal, Forças Armadas, Polícia Rodoviária Federal, Ibama e Funai, sob coordenação da Casa de Governo. O ouro extraído ilegalmente é geralmente escoado para mercados clandestinos nacionais e internacionais, com rotas frequentes em direção à Venezuela e outras regiões da América do Sul.
Uma das conquistas mais expressivas foi a redução histórica na abertura de novos garimpos. De março a novembro de 2024, as novas áreas caíram 96,3%, de 1.002 hectares em 2022 para apenas 37 hectares este ano. Entre setembro e novembro, não houve sequer registro de novas invasões na TIY.
Já no front das apreensões, o destaque foi a captura de 21 quilos de ouro, escondidos em um carro que seguia de Manaus para a Venezuela. Essa carga milionária é parte de um total de 33,5 quilos confiscados em 2024, o que aponta para uma interrupção robusta nas rotas ilegais de escoamento.
Impacto financeiro e proteção ambiental As perdas financeiras impostas à infraestrutura do garimpo ilegal já superam R$ 245 milhões. Mas os benefícios vão além: além de enfraquecer redes criminosas, as operações estão ajudando a preservar um dos territórios mais ricos em biodiversidade do mundo e garantindo a segurança das comunidades indígenas que dependem diretamente desse ecossistema.
Com mais de 3 mil operações realizadas em menos de um ano, a luta contra o garimpo ilegal é um marco no compromisso do Governo Federal com a proteção do território Yanomami e a soberania nacional. E o ouro, símbolo de riqueza e ganância, tornou-se também um dos principais alvos na busca por justiça ambiental e social.