INTERNACIONAL: O que é o 'Escudo Bolivariano' da Venezuela que fechou fronteira em Roraima

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24/01/2025 14h27 - Atualizado há 6 dias
INTERNACIONAL:  O que é o Escudo Bolivariano da Venezuela que fechou fronteira em Roraima
Integrantes da Força Armada Nacional Bolivariana da Venezuela participando dos exercícios militares Escudo Bolivariano
A Venezuela realizou nesta semana um exercício militar, chamado de "Escudo Bolivariano", e fechou a fronteira com o Brasil, na região de Roraima —a passagem foi reaberta nesta quinta-feira (23).
 
O que é o "Escudo Bolivariano"?
Trata-se do exercício militar convocado por Nicolás Maduro. Este foi o primeiro do tipo em 2025 e, de acordo com o presidente venezuelano, teria o intuito de "garantir o respeito à Venezuela por parte de grupos que geram violência, de terroristas armados da Colômbia (...) e de todas as pessoas que ameaçam e tentam atacar a Venezuela”.

Cerca de 150 mil militares e policiais participaram dos treinamentos. Maduro ainda liderou outro treinamento de tropas com a presença de "7.267 combatentes leais, socialistas, anti-imperialistas e profundamente chavistas" em Fuerte Tiuna, em Caracas. Este é o maior complexo militar da Venezuela. Os exercícios coincidem com a escalada de violência na Colômbia.

Confrontos entre guerrilheiros deixaram 100 mortos e 32 mil deslocados; centenas fugiram para a Venezuela e, por isso, Maduro diz que teria pedido mais segurança na fronteira.
Tensões com Colômbia e Brasil
A Venezuela já havia fechado a sua fronteira com a Colômbia entre 10 e 13 de janeiro. O motivo alegado foi uma "conspiração internacional para perturbar a paz dos venezuelanos" horas antes da posse do presidente Nicolás Maduro para seu terceiro mandato consecutivo.

Na mesma época, os venezuelanos também fecharam a fronteira do país com o Brasil, próximo a Roraima. Tanto Brasil quanto Colômbia não reconheceram a vitória de Maduro nas eleições venezuelanas depois que Maduro se recusou a tornar públicas as atas eleitorais. Lula e ministros não compareceram à posse de Maduro, apenas a embaixadora em Caracas, Gilvânia de Oliveira. O pleito foi considerado fraudulento por membros da OEA.
 
No dia 16, o presidente colombiano Gustavo Petro pediu que Maduro liberte manifestantes opositores presos durante as eleições. Dias antes, o ex-presidente colombiano Álvaro Uribe havia pedido uma intervenção militar na Venezuela, com apoio da Organização das Naçõe Unidas, para que Maduro fosse retirado do poder. Na terça (21), Uribe foi declarado "inimigo público" do país pelo Parlamento venezuelano.

Propósito do "Escudo Bolivariano" é ajuda humanitária em primeiro lugar, alega Maduro. No entanto, ele quer "reforçar o 'buffer' militar" colocado há dois meses naquela que considerou uma área de conflito. "Trata-se de treinar para ter uma alta capacidade de reação integral a qualquer surpresa", disse o presidente que também pediu aos militares para "quebrar os dentes de qualquer grupo que tente entrar" na Venezuela.
 
Oficialmente, o Itamaraty considerou o exercício como "rotina". À Rede Amazônica, filiada local da TV Globo, o Ministério das Relações Exteriores informou que o fechamento foi tomado pelas autoridades venezuelanas "alegadamente como segurança durante exercícios militares rotineiros no país".
 
No entanto, o Exército Brasileiro também realizou seus exercícios militares em Roraima, na fronteira com a Venezuela, nesta quinta (23). A principal finalidade é avaliar um gargalo descoberto em dezembro de 2023, quando militares brasileiros enfrentaram dificuldades no envio de 28 blindados para a fronteira com a Venezuela, sob o risco de tropas venezuelanas invadirem o Brasil no caminho para dominar a Guiana.
 
*Com informações da AFP

 
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