A Guiana denunciou neste sábado, 1, a presença de um navio militar venezuelano próximo a um bloco petrolífero localizado na região de Essequibo. As tensões entre os dois países, que mantêm uma disputa pelo território de Essequibo, região rica em recursos naturais, intensificaram-se desde 2015, quando a ExxonMobil descobriu depósitos que dão à Guiana as maiores reservas de petróleo bruto do mundo.
O presidente da Guiana, Irfaan Ali, disse o navio venezuelano foi visto na parte da manhã nas águas da Guiana. “Durante esta incursão, o navio venezuelano abordou várias embarcações nas nossas águas exclusivas”, disse o presidente guianense em um comunicado publicado na sua conta do Facebook.
Ali observou que a Guiana “colocou seus parceiros internacionais em alerta depois que um navio de patrulha militar venezuelano informou aos navios flutuantes de produção, armazenamento e descarga (FPSO) no bloco Stabroek que estavam operando em águas
No entanto, o presidente da Guiana afirmou que os FPSOs “estão operando legalmente na zona econômica exclusiva da Guiana”.
‘Inaceitável’
As Forças Armadas Venezuelanas não comentaram o assedio aos navios da Guiana. Os Estados Unidos, um aliado fundamental do governo de Georgetown, qualificaram a intrusão de “inaceitável”, referindo-se a ela como “uma clara violação do território marítimo internacionalmente reconhecido da Guiana”.
“Qualquer provocação adicional resultará em consequências para o regime de Maduro”, alertou Washington numa mensagem publicada na conta de mídia social X do Escritório de Assuntos do Hemisfério Ocidental dos EUA.
Este incidente é precedido por outro ocorrido em 17 de fevereiro, quando a Força de Defesa da Guiana (GDF) informou que seis de seus soldados ficaram feridos em uma emboscada a um transporte de suprimentos realizada por supostos membros de uma gangue criminosa venezuelana.
Caracas negou participação, mas o incidente ocorreu no 59º aniversário da assinatura do Acordo de Genebra, que a Venezuela alcançou com o Reino Unido em 1966, antes da independência da Guiana, e que estabelece as bases para uma solução negociada para a controvérsia territorial./com AFP