CPI DA GRILAGEM DE TERRAS: Jorge Everton denuncia 'orquestração do grupo governista' e afirma que ameaças do Denarium não o intimidam

Parlamentar cita fake news e pressões políticas para dificultar investigações

- Fotos: SupCom/Assembleia
18/03/2025 16h26 - Atualizado há 10 horas

Durante a sessão ordinária desta terça-feira (18), na Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), o deputado Jorge Everton (União) denunciou, da tribuna, que investigados pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Grilagem de Terras estão tentando descredibilizar os trabalhos da comissão.

Presidente da CPI, Everton citou a circulação de notícias falsas sobre a posse de terras de sua ex-esposa, insinuando uma tentativa de envolvê-lo em condutas ilícitas. Everton deixou claro que as ameaças do "orquestradas pelo grupo governista não me intimidam nem deslocará o foco da CPI. Nós vamos apurar todas as falcatruas no Iteraima e vamos mostrar a verdade", disse.

“Tentaram distorcer, em uma matéria mentirosa, que minha ex-esposa possui uma área de 5 mil hectares. No entanto, são 1.370 hectares documentados legalmente, com cadeia dominial, SIGEF [Sistema de Gestão Fundiária], georreferenciamento e sem sobreposição. Além disso, a regularização já foi protocolada no Iteraima. Eu, sendo oposição ao governador, que tipo de benefício ela teria?”, questionou.

O parlamentar também acusou o governador Antonio Denarium (Progressistas) de tentar dificultar os trabalhos da CPI, mencionando um episódio ocorrido em 24 de fevereiro, em Rorainópolis.

“Desde o início da CPI, ficou evidente o incômodo da Organização Criminosa mencionada na denúncia do Ministério Público de Contas. Em Rorainópolis, o próprio governador ligou para vereadores e lideranças locais, orientando-os a atrapalhar o andamento da comissão. É absurdo ver essas tentativas de desacreditar os investigadores. Tudo que está acontecendo no Iteraima é do conhecimento governador. Mas ele afirma que não sabe de nada. Se eleinsiste em dizer que não sabe é porqyue  é incompetente e incapaz para governar o Estado ou é conivente com os desmandos em seu governo”, afirmou.

Everton também mencionou que a presidente do Iteraima (Instituto de Terras e Colonização de Roraima), Dilma Costa, tem conhecimento das irregularidades dentro do órgão.

“Quando foi ouvida pela CPI, ela admitiu que havia familiar de grileiro trabalhando no Iteraima e que tanto o governador quanto o ex-presidente sabiam disso. Essa pessoa só foi exonerada depois que fizemos a denúncia na audiência pública em Caroebe”, acrescentou.

Tentativas de interferência

O relator da CPI, deputado Renato Silva (Podemos), reforçou a denúncia sobre tentativas de deslegitimar a comissão.

“Desde o início, há uma força oculta tentando enfraquecer os trabalhos da CPI. O doutor Paulo Sérgio, por exemplo, foi alvo de ataques públicos após apresentar as primeiras denúncias, mesmo possuindo apenas 300 hectares legalizados pelo INCRA, sua única propriedade. Ele foi injustamente difamado, mas a verdade prevaleceu”, declarou.

Regularização sem prejuízos ao setor produtivo

O presidente da ALE-RR, deputado Soldado Sampaio (Republicanos), que também integra a CPI, reforçou que a comissão não visa prejudicar produtores rurais.

“Seja pequeno, médio ou grande produtor, quem trabalha de boa-fé deve ser protegido. O Estado precisa facilitar o acesso à titulação de terras, crédito e licenciamento ambiental para impulsionar o desenvolvimento econômico”, destacou.


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