A COLUNA DO PERÔNNICO: Nicoletti perderá o comando do União Brasil em Roraima

Poder, Política e Bastidores

- Por Expedito Perônnico
20/03/2025 06h59 - Atualizado há 15 horas

O novo mega-partido surgido da federação PP-União Brasil trará consequências para o deputado federal Antonio Nicolleti – presidente do União em Roraima.

A não ser que aceite se submeter ao comando do senador Hiran Gonçalves, que será o novo manda chuva aqui no Estado. A federação resultou também na divisão de comando dos partidos por região. E Roraima terá o União sua tutela.

Nicoletti, aliás, já deveria ter abandonado o União há tempos. Na eleição passada pela disputa da prefeitura de Boa Vista ele foi simplesmente ‘excomungado’ pela direção nacional que o privou de participar do pleito.

Resmungou, esperneou, buscou o resguardo da Justiça Eleitoral, mas no final o União abarcou a candidatura natimorta de Catarina Guerra. Então, Nicoletti, tá esperando o quê? Dá tchau para o União, põe tua viola no saco e vai cantarolar em outra freguesia, rapaz!

Nicoletti patrocinou Hiran

O interessante de tudo isso e pelas vias dos fatos ocorridos, é que o União de Nicoletti já foi patrocinador da eleição de Hiran para o Senado.

E vejam a ironia: Na campanha de 2022 a maior parte dos gatos de Hiran foi bancada pelo União que o doou R$ 2,9 milhões.

Mais tarde Hiran, já pelos seus próprios interesses, evacuou Nicoletti e promoveu a campanha de Catarina Guerra no ano passado.

Intervenção sorrateira

Nicoletti esbravejou contra Hiran acusando-o de realizar uma intervenção “sorrateira” nos assuntos internos do União Brasil, partido ao qual ele pertence.

“É um ato sorrateiro daquele senador do Progressistas, que pouco faz no Senado Federal e pouco traz para o nosso estado de Roraima. Ele gosta de interferir em outros partidos, não cuida da casa dele e quer cuidar da casa dos outros. Eles estão se metendo aqui dentro da União Brasil”, disse Nicoletti à época.

Hiran, junto com Antonio Denarium articularam a intervenção da Executiva do União Brasil no Diretório de Roraima inviabilizando a candidatura de Nicoletti.

A irmandade de PP e União

PP avançou na negociação para formar uma federação com o União Brasil, deixando encaminhada a criação de um novo megapartido do Centrão.

O presidente do Progressistas, o senador Ciro Nogueira (PI), se reuniu com lideranças da legenda em Brasília, resultando na autorização das bancadas da Câmara e do Senado para avançar com as negociações, com a apresentação de uma divisão de comandos por estado.

Pela prévia apresentada na reunião, a cúpula da federação terá a palavra final nos três maiores colégios eleitorais do Brasil: São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

Além disso, a direção também tomará as decisões sobre Distrito Federal, Maranhão, Paraíba, Sergipe e Tocantins.

O PP mandará em Roraima

O PP de Ciro Nogueira ficará com o comando do Acre, Alagoas, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Sul, Roraima e Santa Catarina.

Já o União Brasil, presidido por Antônio de Rueda, comandará as decisões nos estados do Ceará, Goiás, Amazonas, Bahia, Amapá, Mato Grosso, Pará, Rio Grande do Norte e Rondônia.

Atualmente, o PP tem 50 deputados e seis senadores.

Já o União Brasil abriga 59 cadeiras na Câmara e sete no Senado, entre eles o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (AP).

Maior partido da Câmara

Ou seja, se a federação sair do papel, ultrapassará o PL e se tornará a maior bancada da Câmara, com 109 parlamentares, com direito à maior fatia do fundo eleitoral na eleição de 2026. Dessa forma, o novo megapartido do Centrão se tornaria peça-chave nas alianças eleitorais de 2026.

Uma federação é um tipo de aliança oficial, reconhecida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Na prática, ao ser formalizada, esse tipo de união obriga que os partidos atuem juntos por no mínimo quatro anos, o que aumenta as chances de eleições de bancadas de deputados federais.

Planos do União e do PP para 2026

Ambos os partidos contam com ministérios no governo Lula. O União comanda as pastas do Turismo, das Comunicações e também do Desenvolvimento e Integração Regional. Já o PP tem os Esportes.

O União, porém, tem o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, como pré-candidato à Presidência da República. E Ciro Nogueira tem defendido o desembarque do governo Lula, de olho na vice do nome que será apoiado por Jair Bolsonaro em 2026.

 


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