Denarium quer legalizar supersalários no Governo de Roraima

- Fonte: Sintraima
24/06/2025 10h22 - Atualizado há 2 dias

Um novo Projeto de Lei Complementar enviado pelo governador Antonio Denarium (PP) à Assembleia Legislativa de Roraima está gerando preocupação entre servidores públicos e especialistas em administração pública. Apresentado como uma medida de “valorização do capital humano” e “aperfeiçoamento da administração estadual”, o projeto pode, na prática, abrir caminho para o pagamento de supersalários a uma elite do funcionalismo estadual.

O que o projeto propõe?

A proposta cria uma licença compensatória para servidores efetivos que ocupem cargos comissionados de direção, chefia ou assessoramento – como secretários, adjuntos, auditores fiscais e militares em funções de alta relevância. Essa licença, embora seja apresentada como “descanso”, poderá ser convertida diretamente em dinheiro, representando um acréscimo mensal ao salário dos beneficiados.

Quem se beneficia?

Somente um grupo seleto de servidores: efetivos com cargos comissionados no alto escalão, como secretários estaduais, auditores e militares em postos estratégicos. Muitos deles já recebem remunerações elevadas – o que levanta suspeitas de que a medida sirva para ampliar ainda mais a desigualdade na máquina pública.

A grande contradição:

Enquanto isso, o Governo do Estado alega não poder conceder a Revisão Geral Anual (RGA) a todos os servidores, sob o argumento de que atingiu o limite da Lei de Responsabilidade Fiscal. Ou seja, para a maioria dos trabalhadores do serviço público, o governo diz que não há recursos. Mas, para um pequeno grupo, aparece uma brecha legal que permite criar um novo benefício milionário.

O alerta:

A proposta pode funcionar como uma forma disfarçada de burlar o teto constitucional de gastos com pessoal, aumentando salários através de indenizações. Se aprovada, a nova lei consolidará ainda mais privilégios no topo da hierarquia pública, sacrificando a isonomia entre os servidores e ignorando a crise fiscal apontada pelo próprio Executivo.

O que está em jogo?

Transparência, justiça e respeito ao servidor público. A população de Roraima e os trabalhadores da ativa devem ficar atentos, pressionar seus representantes e exigir que esse projeto seja amplamente debatido e rejeitado se mantiver o viés de beneficiar poucos com recursos de todos.


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