Uma blitz educativa na BR-174, em direção ao Sul do Estado e principal rodovia de acesso ao Amazonas, no posto fiscal da Polícia Rodoviária Federal (PRF), encerrou a campanha “Faça Bonito”, iniciada em 18 de maio, Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes. A ação, que ocorreu na manhã desta quarta-feira (31), reuniu vários parceiros e contou com a participação do Programa de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania (PDDHC) da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE).
A diretora do programa, Socorro Santos, que também preside o Comitê de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes, disse que durante esses 13 dias de ativismo foram realizadas diversas ações com os parceiros e em diferentes instituições, esclarecendo sobre a importância de proteger as crianças e adolescentes.
“Fizemos várias atividades em função desta prevenção e sensibilização da população roraimense. Fomos às escolas e ontem estivemos na Universidade Federal [UFRR] falando com os alunos do curso de Direito. O grande desafio da rede de proteção é unificar os dados até o fim do ano, com o governo federal, ainda que sejam subnotificados. Em Roraima, cada instituição tem um dado, um dado mínimo de subnotificação desses casos”, explicou Socorro, ao citar que a Setrabes (Secretaria do Trabalho e Bem-Estar Social) realizou mais de 50 palestras no período da campanha.
Durante a ação educativa, as equipes da rede de proteção paravam os motoristas, distribuíram panfletos e explicavam a necessidade de todos abraçarem a causa em prol das crianças e adolescentes. “É muito importante essa campanha porque nossas crianças precisam, e quem puder fazer, que faça, porque estamos numa época muito difícil, o mundo está cada dia pior, parece que o povo está perdendo o amor”, disse o autônomo Antônio Carlos e Silva, pai de dois filhos, sendo um de oito anos.
O caminhoneiro Francisco Gervânio disse que nesta profissão já presenciou muitos fatos, e que blitz educativa estimula as pessoas a protegerem mais as crianças. “Muito boa essa ação para incentivar o povo. Tem que repetir mais vezes para as pessoas tomarem consciência de que é preciso proteger as crianças”, avaliou. “Esse trabalho é maravilhoso, muito bom, porque alerta muito as pessoas. Ajuda para que não digam mais tarde que não tinham conhecimento da lei”, observou o motorista de ônibus Antônio Carlos Freitas de Menezes.
A policial Rodoviária Verônica Cisz, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Superintendência da PRF em Roraima, explicou que a instituição trabalha tanto preventivamente quanto na repressão de crimes envolvendo crianças e adolescentes. “Na prevenção, temos o Projeto Mapear, que identifica os possíveis pontos de exploração sexual infantil de crianças e adolescentes ao longo das rodovias, e integramos o Projeto Educar é Prevenir, da Assembleia Legislativa, e comitê, que reúne a rede de proteção”, esclareceu.
Segundo a policial, a geografia da região exige cuidados redobrados e um trabalho constante. “Temos uma rede de tráfico aqui, velada. Antigamente, saía para a Venezuela e Guiana por meio de Manaus. Hoje, temos o tráfico e a exploração sexual intermunicipal, e nossa equipe da PRF já encontrou meninas de 15 anos, de Manaus e da Venezuela, nessa rede de exploração”, contou.