Segundo apurações do World Atlas, a Venezuela é o país com as maiores reservas de petróleo em todo o planeta. Abraçando o Cinturão Petrolífero do Orinoco, que possui mais de 300 bilhões de barris, a nação sul-americana deixa a desejar em outros aspectos. De modo geral, cerca de 51,9% da população enfrenta fome e pobreza.
Potencializando a gravidade da situação, em meados de 2024, a Organização das Nações Unidas (ONU) relatou que cerca de 5,1 milhões de pessoas não têm o suficiente para comer no país. Os dados são alarmantes, tendo em vista que a Venezuela assume o protagonismo diante das reservas de petróleo do mundo, superando, inclusive, potências como Arábia Saudita, Rússia e Estados Unidos.
O potencial energético do país deveria ser a garantia de prosperidade e desenvolvimento por décadas, mas a realidade dramática escalona devido às prioridades governamentais. Em resumo, o país enfrenta uma das crises econômicas mais graves de sua história, com hiperinflação e escassez de divisas estrangeiras. De acordo com especialistas, em 2025 a inflação deve ser superior a 200%.
“Somado a isso, os desequilíbrios da Venezuela nunca desapareceram. Foram geradas ilusões de harmonia, mas não houve um programa econômico de estabilização que consiga recuperar de maneira sustentada o crescimento a altas taxas, com baixa inflação e pleno abastecimento”, diz o economista venezuelano José Manuel Puente, professor de Economia do Instituto de Estudos Superiores de Administração (IESA).
Nos últimos dez anos, o Produto Interno Bruto (PIB) da Venezuela diminuiu cerca de 73%. Embora Maduro tenha relaxado os controles cambiais e outras regulamentações para impulsionar a economia em 2019, a nação sofre o segundo maior nível de fome na América do Sul, depois da Bolívia, de acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura.
Medida drástica para fugir da fome
Diante da tragédia disseminada ao longo dos anos, alguns venezuelanos deixaram de acreditar em dias melhores e foram em busca de soluções. A crise humanitária fez com que muitas famílias saíssem do país com a finalidade de garantir o básico para não colapsar diante da fome. O Brasil foi um dos destinos selecionados, tendo em vista o baixo índice de deportação.
Em um contexto geral, a Venezuela se tornou um exemplo lamentável de como uma abundância de recursos naturais, se mal administrada, pode acarretar a degradação econômica e humanitária. Por outro lado, o presidente Nicolás Maduro segue priorizando as operações da petroleira americana Chevron em território venezuelano, tendo anunciado oficialmente o retorno das atividades.