Crise EUA x Venezuela: Maduro pede redução de tensões para prevenir 'conflito militar de grande impacto'

Fala de presidente venezuelano ocorreu após Trump enviar 10 jatos F-35 ao Caribe e autorizar a derrubada de jatos venezuelanos que sobrevoem navios de guerra americanos. Tensões entre os dois países se acirraram ainda mais nesta semana.

- Fonte: Reuter
06/09/2025 11h16 - Atualizado há 8 horas

O presidente da VenezuelaNicolás Maduro, pediu na sexta-feira (5) que os Estados Unidos desescalem as tensões entre os dois países antes que evoluam para um "conflito militar de grande impacto" e voltou a acusar o governo Trump de buscar uma "mudança violenta de regime" no país.

"O governo dos Estados Unidos deve abandonar seu plano de mudança violenta de regime na Venezuela e em toda a América Latina e o Caribe e respeitar a soberania, o direito à paz, à independência. Eu o respeito [Trump]. Nenhuma das diferenças que tivemos e continuamos a ter poderia levar a um conflito militar de grande impacto ou à violência na América do Sul. Não há justificativa para isso", afirmou o fardado Maduro em encontro noturno com membros da milícia.

A fala de Maduro ocorreu horas após o presidente dos EUA, Donald Trumpautorizou seu Exército a abater caças venezuelanos que coloquem em risco navios de guerra americanos no Caribe, o que acendeu um alerta para a possibilidade de maiores agressões entre os dois países. Os EUA mobilizaram equipamentos militares na região que, segundo a Casa Branca, compõe uma operação contra o tráfico de drogas.

Também na sexta-feira, o governo Trump enviou 10 jatos F-35 para a base de Porto Rico, próximo à região onde sete embarcações e um submarino nuclear de ataque rápido americanos estão mobilizados.

Na quinta-feira, dois caças da Venezuela sobrevoarem o destróier USS Jason Dunham, que atua na região em uma operação contra o tráfico de drogas, segundo o governo dos EUA. Trump prometeu "problemas" à Venezuela caso algo semelhante ocorra novamente.

Apesar dos apelos de Maduro, Trump está cogitando bombardeios no território venezuelano contra locais ligados a cartéis de drogas venezuelanos, além de avaliar uma série de outras opções para pressionar o governo chavista, revelou a "CNN internacional" na sexta-feira. Fontes do jornal americano disseram que o ataque a um navio venezuelano que matou 11 pessoas no Caribe foi "apenas o começo".

Maduro disse também na sexta-feira que a atual investida do governo Trump contra o país "é um beco sem saída", e desmentiu acusações de que ele seja chefe de um cartel de drogas. "O que estão dizendo sobre a Venezuela não é verdade. A Venezuela sempre esteve disposta a dialogar, mas, assim como estamos dispostos a dialogar, exigimos respeito ao nosso país, ao nosso povo", afirmou.

Trump voltou a desconversar rumores de que seu governo estaria buscando uma mudança de regime na Venezuela. No entanto, ele descreveu a reeleição de Maduro como "estranha" e acusou o país de enviar drogas e criminosos para os EUA. Além disso, o governo Trump acusa o presidente venezuelano de liderar o Cartel de Los Soles, e colocou em US$ 50 milhões (cerca de R$ 270,6 milhões) a recompensa por sua captura.

O Departamento de Defesa classificou o sobrevoo dos caças venezuelanos como uma ação "altamente provocativa". A imprensa americana informou que o Pentágono classificou a ação como uma tentativa de "demonstração de força" da Venezuela. O destróier dos EUA não reagiu ao sobrevoo, que foi feito com caças F-16.

Em comunicado, o Pentágono disse que o sobrevoo venezuelano foi feito com a intenção de interferir nas operações dos EUA contra o narcoterrorismo.

Horas depois, os EUA ordenaram o envio de 10 jatos F-35 para Porto Rico, que fica na região do Caribe, para dar suporte às operações contra os cartéis de drogas. As informações foram confirmadas por duas fontes americanas à Reuters.


Notícias Relacionadas »
Fale pelo Whatsapp
Atendimento
Precisa de ajuda? fale conosco pelo Whatsapp