Mortes infantis de indígenas somam 3,5 mil em 4 anos, diz Cimi; alta de 35%. Roraima soma maior número.
Amazonas, Mato Grosso e Roraima tiveram, juntos, 59,3% do total de mortes registradas nos quatro anos passados.
- Fonte: Uol
27/07/2023 08h00 - Atualizado em 27/07/2023 às 08h00
Foto: Divulgação Funai
- 559 causados por influenza e pneumonia.
- 218 por diarreia, gastroenterite ou doenças infecciosas intestinais.
- 165 por desnutrição e anemias nutricionais.
- 115 por transtornos respiratórios e cardiovasculares específicos do período perinatal.
- 104 por infecções específicas do período perinatal.
O relatório não traz comparação com gestões anteriores.
Amazônia lidera
Os estados com mais mortes infantis estão localizados na Amazônia Legal. Na região, foram 2.958 óbitos (83% do total de 0 a 4 anos).
Amazonas, Mato Grosso e Roraima tiveram, juntos, 59,3% do total de mortes registradas nos quatro anos passados.
17,5% de todas as mortes de crianças indígenas ocorreram no distrito sanitário yanomami, em Roraima. Foram 621 casos.
Das 21 mortes por malária apontadas no relatório, 20 foram no território yanomami. A doença chegou às comunidades levada por garimpeiros. Em janeiro de 2023 o governo Lula montou uma operação para atender yanomamis em meio a uma grave crise humanitária na região e para expulsar garimpeiros do território.
Desassistência
O relatório mostra ainda que houve 429 óbitos por desassistência, envolvendo indígenas de todas as idades — são casos que vão desde a falta de medicamentos e profissionais de saúde até de transporte e estrutura adequada.
Os pesquisadores detacaram, novamente, as ocorrências no território yanomami — foram 13 óbitos por desassistência registrados em 2022. Todos de crianças e bebês em diferentes aldeias.
Apenas na região da Serra do Surucucus, a Hutukara Associação Yanomami denunciou a morte de nove crianças no período de dois meses, entre julho e setembro de 2022, por falta de acesso à saúde.Relatório divulgado pelo Cimi
Segundo o último informe do governo federal, entre 1º de janeiro e 20 julho, a Casa de Apoio à Saúde Indígena (Casai), em Boa Vista, prestou atendimento a 1.979 yanomamis, o que corresponde a 6,5% da população total do povo — 31 mil yanomamis vivem no território. O governo Lula montou uma operação para atender yanomamis em janeiro de 2023, e não em 2022, como informava a coluna. O texto foi corrigido.