O que aconteceu Foram 3.552 mortes nessa faixa etária contabilizadas de 2019 a 2022, contra 2.627 durante a gestão Dilma Rousseff-Michel Temer (2015-2018). Os dados foram obtidos junto à Sesai (Secretaria de Saúde Indígena), do Ministério da Saúde, via Lei de Acesso à Informação. (Veja o documento completo aqui)
Nos últimos quatro anos, foram identificadas pelo menos 1.504 óbitos por causas evitáveis. Entre esses casos, diz o texto, destacam-se:
559 causados por influenza e pneumonia.
218 por diarreia, gastroenterite ou doenças infecciosas intestinais.
165 por desnutrição e anemias nutricionais.
115 por transtornos respiratórios e cardiovasculares específicos do período perinatal.
104 por infecções específicas do período perinatal.
O relatório não traz comparação com gestões anteriores.
Amazônia lidera Os estados com mais mortes infantis estão localizados na Amazônia Legal. Na região, foram 2.958 óbitos (83% do total de 0 a 4 anos).
Amazonas, Mato Grosso e Roraima tiveram, juntos, 59,3% do total de mortes registradas nos quatro anos passados.
17,5% de todas as mortes de crianças indígenas ocorreram no distrito sanitário yanomami, em Roraima. Foram 621 casos.
Desassistência O relatório mostra ainda que houve 429 óbitos por desassistência, envolvendo indígenas de todas as idades — são casos que vão desde a falta de medicamentos e profissionais de saúde até de transporte e estrutura adequada.
Os pesquisadores detacaram, novamente, as ocorrências no território yanomami — foram 13 óbitos por desassistência registrados em 2022. Todos de crianças e bebês em diferentes aldeias.
Apenas na região da Serra do Surucucus, a Hutukara Associação Yanomami denunciou a morte de nove crianças no período de dois meses, entre julho e setembro de 2022, por falta de acesso à saúde.Relatório divulgado pelo Cimi
Segundo o último informe do governo federal, entre 1º de janeiro e 20 julho, a Casa de Apoio à Saúde Indígena (Casai), em Boa Vista, prestou atendimento a 1.979 yanomamis, o que corresponde a 6,5% da população total do povo — 31 mil yanomamis vivem no território.
O governo Lula montou uma operação para atender yanomamis em janeiro de 2023, e não em 2022, como informava a coluna. O texto foi corrigido.