Roraima celebra, nesta quarta-feira (4), o Dia Internacional do Animal, com a Semana de Conscientização e Proteção dos Animais. A data, instituída pela Lei nº 1.053/2016, de autoria da deputada Aurelina Medeiros (PP), integra o Calendário Oficial de Eventos do Estado. O objetivo é estimular atividades de promoção e proteção aos animais, apoiar os municípios e conscientizá-los de seu papel como agentes de proteção, e sensibilizar os diversos segmentos da sociedade para a proteção aos animais.
A lei prevê que o Executivo, por meio do órgão competente, deverá promover atividades de apoio à consecução dos objetivos, podendo firmar parcerias com empresas e entidades privadas para criar e implementar eventos alusivos. Além disso, as escolas da rede pública poderão promover ações em parceria com entidades sociais, como palestras, exibição de material audiovisual e atividades artísticas e lúdicas. O Executivo também poderá conceder premiação a escolas ou entidades que se destacarem na execução de ações estabelecidas na norma.
Amor dedicado
A história dos protetores de animais é marcada pela dedicação e amor aos bichos, que muitas vezes não têm como se defender. Érika Barbosa, de 27 anos, é um desses exemplos. Ela trabalhava no aeroporto de Boa Vista quando muitos cachorros que eram assistidos por alunos da Universidade Federal de Roraima (UFRR) ficaram sem suporte no período da pandemia de covid-19. Sem ter para onde ir, os cachorros migraram para o aeroporto.
“Nessa época, me encantei com os animais e me apaixonei. Eu achava que eles não entendiam, mas eles entendem. Por exemplo, eles só apareciam quando eu estava lá. Quando eu estava de folga, eles não apareciam. Foi então que comecei a cuidar deles”, contou a jovem.
A convivência diária com os bichos deu um novo significado à sua vida, o que a levou a deixar o emprego e abrir um pet shop no bairro Doutor Silvio Leite. O estabelecimento, que funciona há 1 ano e 9 meses, abriga oito cachorros que foram abandonados em condições precárias de saúde, vítimas de maus-tratos e agressões.
A matilha é formada por Banguela, Batoré, Cara de Moça, Linda, Sardentão, Sarninha, Sarpirinha e Vitor, o vira-lata mesclado, de cor branco e marrom, que foi o primeiro a chegar ao grupo e é o mais reservado e ressabiado.
“Em fevereiro de 2022, ele chegou com um ferimento no focinho e desde então está com a gente. Ele tem em média 7 anos, foi abandonado pelo tutor e, onde ficou, as pessoas o maltratavam muito. É um pouco mais ranzinza por causa das maldades que já sofreu na rua. Com jeitinho, Vitor foi entendendo que não iríamos fazer mal, mas até hoje não conseguimos dar banho nele sem amarrá-lo, por exemplo. Mas o que prevalece é o amor por eles, vê-los bem e bem tratados”, revelou a empresária enquanto fazia carinho na cabeça do animal, único local que o cachorro permite ser tocado.
Além de cuidar dos clientes da loja e dos animais que abriga, Érika ajuda protetores independentes com doação de ração e medicamentos. Ela sonha em fazer medicina veterinária e em fundar uma organização não governamental para tirar os animais da rua e castrá-los.
“Não existe um posto de saúde gratuito para animais de rua, e tudo é muito caro, inclusive o veterinário. Quero fazer uma ONG para tirar todos eles da rua. Castrando, você diminui a proliferação, que é uma coisa indesejada. O cachorro não tem essa noção, então somos nós que precisamos fazer a castração deles. Esse é um bem para todos”, finalizou esperançosa.
Adoção responsável
Adotar um animal é um ato de amor e responsabilidade. Ao dar um novo lar, você está salvando uma vida e proporcionando um companheiro fiel e carinhoso. Veja algumas dicas para adotar um pet com segurança:
• Visite uma loja de animais que tenha espaço dedicado à adoção
• Converse com um protetor de animais experiente ou especialista no assunto para escolher um pet adequado para o seu estilo de vida e te informar sobre os cuidados necessários
Além de adotar, você também pode ajudar de outras maneiras:
• Apadrinhar um pet. Apadrinhar um pet é uma ótima maneira de ajudar um animal sem tê-los em casa. Você poderá contribuir financeiramente para o custeio de alimentação, vacinas e cuidados veterinários
• Oferecer um lar temporário. Muitas organizações precisam de voluntários para cuidar de animais em tratamento ou que estão esperando a adoção. Você pode oferecer um lar temporário por alguns dias, semanas ou até meses
• Ser voluntário nos eventos ou nos próprios abrigos das organizações. Ser voluntário é uma ótima maneira de ajudar os animais e conhecer mais sobre o trabalho das instituições protetoras
Dicas de como resgatar animais abandonados:
• Aproxime-se com cuidado. Alguns animais podem estar feridos ou assustados
• Verifique se o animal realmente não tem dono. Procure por coleira, microchip ou sinais de identificação
• Procure uma clínica veterinária. O veterinário poderá avaliar a saúde do animal e dar as orientações necessárias
• Converse com o veterinário sobre castração. A castração é um procedimento importante para a saúde do animal e ajuda a evitar a procriação de animais abandonados
• Mantenha o pet relativamente isolado. Isso ajudará a prevenir a transmissão de doenças
• Garanta um lar aconchegante, mesmo que temporário. O animal precisa de um local seguro e confortável para se recuperar
• Não tenha vergonha de pedir ajuda. Muitas instituições e protetores independentes podem te ajudar no processo de resgate e adoção
• Seja responsável também na doação. Antes de doar um animal, certifique-se de que o novo dono está comprometido em oferecer um lar responsável e amoroso
O Dia Internacional dos Animais foi criado em 1931, durante o Congresso Internacional de Proteção dos Animais, realizado em Florença, na Itália. A data escolhida foi 4 de outubro, dia de São Francisco de Assis, que era conhecido por seu amor e respeito aos animais. O objetivo da celebração é conscientizar a população sobre a importância da proteção animal e da preservação da vida selvagem.
Já a primeira iniciativa do Dia dos Animais ocorreu em 1925, em Berlim, na Alemanha, idealizada pelo escritor e ativista alemão Heinrich Zimmermann, que solicitou o reconhecimento mundial do dia no congresso de 1931.