15/08/2024 às 06h17min - Atualizada em 15/08/2024 às 06h17min

Pesquisa aponta que Roraima terá rombo financeiro de mais de 1,2 bilhão este ano

Em um panorama preocupante para a economia nacional, a maior parte dos estados brasileiros enfrentará um déficit orçamentário significativo neste ano. Segundo o levantamento feito pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), 23 dos 27 estados, incluindo o Distrito Federal, deverão fechar suas contas no vermelho em 2024, somando um déficit conjunto de R$ 29,3 bilhões.

A pesquisa aponta que os maiores déficits ocorrerão no Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, com valores que chamam a atenção e refletem desafios econômicos intensos. Roraima aparece com um rombo de R$ 1,2 bilhão.

Esses números mostram não apenas um problema de fluxo de caixa, mas também levantam questões sobre a gestão fiscal e a capacidade desses estados de lidar com suas obrigações a longo prazo.

Por que alguns estados brasileiros enfrentam déficits tão grandes?
Os estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, que lideram o ranking de déficits, já estão sob o Regime de Recuperação Fiscal (RRF). Este mecanismo prevê flexibilizações na gestão das dívidas e obrigações para restabelecer as contas. Minas Gerais, especificamente, está na fase de tentativa de adesão a esse regime.

A rigidez orçamentária é uma característica marcante nas finanças estaduais, com cerca de 50% dos orçamentos sendo obrigatoriamente destinados a despesas com pessoal, juros e amortizações da dívida. O Rio Grande do Norte, por exemplo, destina alarmantes 77,7% do seu orçamento para essas despesas, o que limita severamente a flexibilidade fiscal do estado.

Previdência e dívidas: uma combinação desafiadora
O desequilíbrio previdenciário é um problema grave, com despesas que ultrapassam receitas em estados como Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Segundo o estudo da Firjan, o déficit previdenciário dos 27 estados alcançou surpreendentes R$ 86,1 bilhões. Esse fenômeno aumenta a complexidade da gestão fiscal e exige soluções tanto imediatas quanto estratégicas para um ajuste sustentável das contas públicas.

Enquanto isso, São Paulo se destaca positivamente, prevendo um superávit de R$ 7,14 bilhões, graças principalmente às receitas de privatizações. Embora seja uma notícia positiva, o estado ainda enfrenta desafios significativos devido ao alto nível de endividamento e um déficit previdenciário notável.

É fundamental que haja uma combinação de responsabilidade fiscal com reformas estruturais para enfrentar esses desafios. O problema dos déficits estaduais não é apenas uma questão de má gestão momentânea, mas um reflexo de desequilíbrios estruturais que precisam ser corrigidos para que haja uma recuperação sustentável das finanças públicas nos estados brasileiros.

Quem está no vermelho
  1. Rio de Janeiro – R$ 10,3 bilhões
  2. Minas Gerais – R$ 4,2 bilhões
  3. Ceará – R$ 3,9 bilhões
  4. Paraná – R$ 3,5 bilhões
  5. Rio Grande do Sul – R$ 3,1 bilhões
  6. Bahia – R$ 2,1 bilhões
  7. Goiás – R$ 1,8 bilhão
  8. Santa Catarina – R$ 1,4 bilhão
  9. Roraima – R$ 1,2 bilhão
  10. Amazonas – R$ 843 milhões
  11. Distrito Federal – 812 R$ milhões
  12. Paraíba – R$ 700 milhões
  13. Pará – R$ 655 milhões
  14. Mato Grosso do Sul – R$ 595 milhões
  15. Piauí – R$ 558 milhões
  16. Pernambuco – R$ 497 milhões
  17. Rio Grande do Norte – R$ 417 milhões
  18. Sergipe – R$ 363 milhões
  19. Maranhão – R$ 133 milhões
  20. Tocantins – R$ 74 milhões
  21. Acre – R$ 47 milhões
  22. Alagoas – R$ 33 milhões
  23. Rondônia – R$ 2 milhões
 
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