22/08/2024 às 15h38min - Atualizada em 22/08/2024 às 15h38min
CRESCIMENTO: Pesquisa aponta que Roraima terá mais habitantes que Acre e Amapá em 2030
Até 2070, a perda populacional vai atingir todas as unidades da federação, exceto Mato Grosso, e começa primeiro no Rio Grande do Sul e em Alagoas, em 2027, e no Rio de Janeiro, em 2028.
A população brasileira vai começar a encolher em 2042, segundo projeções divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (22). O Rio Grande do Sul e Alagoas serão os primeiros estados brasileiros a registrar a redução populacional.
De acordo com o IBGE, a diminuição na população desses dois estados está prevista para ocorrer daqui a 3 anos, em 2027. O Rio de Janeiro vem a seguir, em 2028.
A pesquisa também projeta que, até 2064, a maioria dos estados brasileiros enfrentará uma redução populacional. A exceção é Mato Grosso, não deve apresentar uma inflexão no crescimento populacional até 2070 – último ano para o qual a projeção foi feita.
O ritmo de variação na população é diferente para cada unidade federativa. Isso porque a taxa de fecundidade, que é o principal fator para o recuo na população, a migração para dentro e para de cada uma delas varia.
Isso faz com que a ordem de estados pelo tamanho da população mude até 2070: - Em 2054, Santa Catarina ultrapassará o Rio Grande do Sul e se tornará o estado mais populoso da região Sul. Em 2070, SC, que só começa a encolher em 2064, será o 6º mais populoso do Brasil;
- Roraima, que também só começa a encolher em 2064, passará o Amapá em 2030 e deixará de ser o menor estado da federação. Em 2070, estará acima também do Acre, como 25º
- Mato Grosso, único estado que não vai ter diminuição da população até 2070, passará de 16º para 13º estado mais populoso do país. Mato Grosso do Sul também sobe, 21º para 17º;
- O Ceará passará a ser o 2º maior estado da região Nordeste, ultrapassando Pernambuco em 2059;
Outros dados do Censo 2022
As informações do Censo 2022 começaram a ser divulgadas em junho de 2023. Desde então, foi possível saber que:
- O Brasil tem 203 milhões de habitantes, número menor do que era estimado pelas projeções iniciais;
- O país segue se tornando cada vez mais feminino e mais velho. A idade mediana do brasileiro passou de 29 anos (em 2010) para 35 anos (em 2022). Isso significa que metade da população tem até 35 anos, e a outra metade é mais velha que isso. Há cerca de 104,5 milhões de mulheres, 51,5% do total de brasileiros;
- 1,3 milhão de pessoas que se identificam como quilombolas (0,65% do total) – foi a primeira vez na história em que o Censo incluiu em seus questionários perguntas para identificar esse grupo;
- O número de indígenas cresceu 89%, para 1,7 milhão, em relação ao Censo de 2010. Isso pode ser explicado pela mudança no mapeamento e na metodologia da pesquisa para os povos indígenas, que permitiu identificar mais pessoas;
- Pela primeira vez, os brasileiros se declararam mais pardos que brancos, e a população preta cresceu.
- Também pela primeira vez, o instituto mapeou todas as coordenadas geográficas e os tipos de edificações que compõem os 111 milhões de endereços do país, e constatou que o Brasil tem mais templos religiosos do que hospitais e escolas juntos.
- Após 50 anos, termo favela voltou a ser usado no Censo.
- O Brasil tinha, em 2022, 49 milhões de pessoas vivendo em lares sem descarte adequado de esgoto. Esse número equivale a 24% da população brasileira. Já a falta de um abastecimento adequado de água atingia 6,2 milhões de brasileiros.
- Mais da metade dos 203 milhões de brasileiros – 54,8% – mora a até 150 km em linha reta do litoral.