23/09/2024 às 17h45min - Atualizada em 23/09/2024 às 17h45min

“Chega de mortes”: manifestantes pedem Justiça pelas mortes de mãe e bebê após complicações em parto na maternidade do Estado

Família denunciou falta de oxigênio na hora do parto, demora no atendimento e falta de estrutura na Maternidade recém-inaugurada

Protestos de mães em frente a Maternidade contra o descaso na saúde do Governo de Roraima. Foto: Roraima em Tempo

Familiares e amigos de Carmem Elisa e da bebê Alice Eloah se reuniram na frente da Maternidade Nossa Senhora de Nazareth na tarde desta segunda-feira (23).

Eles protestaram contra o atendimento prestado na unidade e pela mortes da paciente e da filha ocorridas recentemente. Os manifestantes pediram, sobretudo, Justiça. Os manifestantes falavam em defesa à mulher e questionavam nos cartazes: "e se fosse sua mãe?".


 

Rodrigo Silva, esposo de Carmem e pai da recém-nascida, esteve no local e disse que vai buscar Justiça por sua família.

“Estamos aqui nessa causa não só ela minha esposa, mas por todas as mulheres que já perderam seus filhos. Tem muitas mulheres que não têm coragem. Têm medo porque muitos já perderam seus filhos na maternidade e abafaram o caso. Mas a minha [esposa] ela tem família. A Carmem tem família. E a família tá de pé e vai atrás, vai à luta atrás de justiça”.

Ele falou ainda de sua revolta com o posicionamento da Secretara de Saúde (Sesau) em culpar a vítima pela própria morte e prestar um péssimo atendimento.

“Eu fiquei muito revoltado quando nós demos entrada na maternidade ela ficou jogada numa cadeira de rodas. Isso me machucou demais… Eu pedi, implorava por atendimento urgente”.



MARIDO PROTESTA

"Ela estava normal, e eles [governo] estão inventando coisas para se proteger. Mentiram e eu sei a verdade", disse nesta segunda-feira (23) o autônomo Rodrigo Silva (FOTO ACIMA), de 31 anos, viúvo da jovem Carmen Elisa Emiliano de Assis Silva que morreu aos 26 anos no Hospital Geral de Roraima (HGR), após perder a segunda filha durante o parto na Maternidade Nossa Senhora de Nazareth, unidade recém reinaugurada pelo governo em Boa Vista.

Rodrigo afirma que o governo tem mentido ao dizer publicamente, por meio de notas da Secretaria de Saúde, de que Carmen não havia feito pré-natal. Ela estava grávida de oito meses e, segundo a secretaria Municipal de Saúde, fez nove consultas durante a gestação, o que refuta a versão do estado e reafirma a posição do marido. A jovem deixou um filho de 7 anos.

"O governo fala que houve problemas no pré-natal. Eu tenho provas de que ela compareceu a todas as consultas do pré-natal, e os médicos sempre diziam que estava tudo bem, tanto com o bebê quanto com ela. Posso levar a equipe ao hospital onde ela fazia o pré-natal, aqui no Jardim Primavera. Os exames estavam todos normais", disse o marido.

Carmen morreu no último sábado (21), após ficar sete dias internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do HGR depois de ser transferida da Maternidade. Ela foi enterrada neste domingo (22) em um cemitério particular em Boa Vista.

Ela deu entrada na maternidade na madrugada do dia 14 de setembro, após sentir falta de ar em casa. No mesmo dia, foi submetida a um parto cesariana de emergência, mas a bebê, que se chamaria Alice Eloah, morreu - o marido afirma que chegou a ouvir o choro da filha, já a secretaria de Saúde do governo diz que ela nasceu morta.

"Disseram que ela chegou com eclâmpsia, mas isso é mentira. Ela chegou com dor no peito, e a pressão subiu. Era só uma falta de ar e uma crise de ansiedade", reiterou o marido.

Com informações: Roraima em Tempo/G1RR

 


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