Desde o mês de abril de 2024, com o início da Operação Catrimani II, militares do Exército, Marinha e Força Aérea atuam em prol do combate à mineração ilícita, bem como ações humanitárias e de preservação do meio ambiente na Terra Indígena Yanomami (TIY) em Roraima.
Foram realizadas operações de desintrusão, patrulhamento fluvial, repressivas aéreas, além de inutilização de pistas de pouso irregulares que colaboraram para o prejuízo de mais de 215 milhões de reais ao garimpo ilegal.
Os resultados foram perceptíveis desde o início da operação e, até o momento, as ações coordenadas pela Casa de Governo de Roraima resultaram na apreensão e inutilização de 11 kg de ouro, 227 kg de mercúrio, 91 toneladas de cassiterita, 90 armamentos, 141 embarcações, 20 aeronaves, 95 mil litros de óleo diesel, 811 motores, 20 dragas, 251 geradores, 99 antenas, 318 acampamentos destruídos, dentre outros itens.
Com o objetivo de contribuir para a asfixia da logística do garimpo ilegal e coibir crimes ambientais, 45 pistas de pouso irregulares foram inutilizadas por militares especializados da Engenharia do Exército.
A capacidade aeromóvel de nossas tropas, devido à utilização de aeronaves militares, permitiu um incremento das ações repressivas até mesmo no período noturno. O esforço aéreo militar na operação supera a marca de 1.000 horas de voo empregadas para inutilizar as estruturas de mineração ilícita na TI Yanomami. Aviões de inteligência, vigilância e reconhecimento da Força Aérea, como o R-99, são empregados, de dia e de noite, para identificar possíveis atividades de garimpo ativo na região.
O trabalho de desintrusão das atividades ilegais na TIY é um grande desafio para a Operação, devido à dificuldade de acesso pelas densas florestas e às condições climáticas nem sempre favoráveis. Entretanto, diante de um cenário desafiador, o Comando Operacional Conjunto Catrimani II desencadeou as Operações Integração I e II com a finalidade específica de realizar ações repressivas pontuais, atuando simultaneamente em várias frentes, diuturnamente em ambiente de selva.
Para prover suporte às ações, o Comando Operacional Conjunto Catrimani II construiu duas Bases Temporárias, sendo uma em Pakilapi e outra em Kayanaú. Localizadas em pontos estratégicos da TIY, essas bases contam com a presença permanente de efetivos das Forças Armadas e de diversas agências governamentais. Nessas bases, militares e agentes constantemente realizam patrulhas fluviais que reforçam as ações de repressão e prevenção de crimes relacionados ao garimpo ilegal, além de contribuir para a segurança das comunidades indígenas e dos servidores que atuam na região.
Ações humanitárias também foram realizadas, destacando-se 6.142 atendimentos médico-odontológicos e 16.320 procedimentos prestados por navios da Marinha e pelos Pelotões Especiais de Fronteira, além da construção de poços artesianos para atender à comunidade indígena.
“Hoje o Governo está ajudando e curando a Terra Indígena Yanomami com a força tarefa de operação, retirando os garimpeiros que ainda estão escondidos nas terras. Podemos agora ver a água limpa ... podemos ver nossas crianças retornando a brincar, sorrir, subir em uma árvore e isso demonstra que estamos nos recuperando”, declarou o líder indígena e presidente da Urihi Associação Yanomami, Júnior Hekurari Yanomami, para a Agência Cenarium, com relação as ações de desintrusão na Terra Indígena Yanomami.
Atingindo seis meses de duração, o Comando Operacional Conjunto Catrimani II vem promovendo a integração institucional das Forças Armadas com os órgãos de segurança pública federais e agências governamentais, sob a coordenação da Casa de Governo em Roraima. A atuação conjunta/interagências vem trazendo uma série de benefícios para a sociedade com relação à preservação dos recursos naturais e à segurança de comunidades indígenas.
O diretor da Casa de Governo, Nilton Tubino, destacou a importância da ação integrada das agências e do suporte das forças de segurança: “Estamos comprometidos em desarticular as operações de garimpo ilegal, que não só afetam o meio ambiente, como também colocam em risco a saúde e a segurança dentro do território Yanomami”.
A Operação Catrimani II evidencia o comprometimento das Forças Armadas em contribuir para a sustentabilidade da Amazônia.