CASO COOPEBRÁS: Envolvidos são condenados a 92 anos de cadeia por organização criminosa, peculato e lavagem de dinheiro

Condenados também deverão pagar uma indenização no valor de R$ 62 milhões ao Fundo Estadual de Saúde

09/10/2025 15h21 - Atualizado há 9 horas

Denúncia do Ministério Público do Estado de Roraima (MPRR) resultou na condenação de oito pessoas, entre dirigentes e funcionários da Cooperativa Brasileira de Serviços Múltiplos – Coopebras, pelos crimes de organização criminosa, peculato e lavagem de dinheiro. Somadas, as penas dos evolvidos chegam a 92 anos de prisão. Todos devem iniciar o cumprimento da pena em regime fechado.

De acordo com a decisão judicial da Vara de Entorpecentes e Organizações Criminosas desta terça-feira (7) de outubro, os condenados também deverão pagar uma indenização no valor de R$ 62.195.378,60 (sessenta e dois milhões, cento e noventa e cinco mil, trezentos e setenta e oito reais e sessenta centavos) por danos morais e coletivos que deverá ser revertido ao Fundo Estadual de Saúde de Roraima (FUNDES).

A denúncia foi apresentada pela Promotoria de Justiça Especializada em Crimes Decorrentes de Organizações Criminosas e Lavagem de Dinheiro, em 2020, após a deflagração da Operação Hipócrates, conduzida pela Polícia Civil, com o objetivo de desarticular o esquema criminoso que desviou cerca de R$ 30 milhões dos cofres públicos do Estado de Roraima.

Segundo o MPRR, os desvios milionários ocorreram entre 2015 e 2020, por meio de um contrato firmado entre a Coopebras e a Secretaria Estadual de Saúde (SESAU) para a prestação de serviços médicos.

As investigações apontaram que os profissionais cooperados não cumpriam com a carga horária contratada e, ainda assim, recebiam dinheiro público pelo serviço não executado à sociedade. Durante a análise do caso, foi identificado superfaturamento no valor dos plantões, sobreposições de escalas de trabalho, uso irregular de equipamentos e instalações particulares de profissionais médicos que eram pagos com remuneração de plantões fictícios, além de pagamento de cargos de chefia e direção também por meio de plantões fictícios.

Foi apurado, à época, que a cúpula da Cooperativa criou um esquema sólido que usava outras duas empresas, a Contad e a Dendê para lavagem de dinheiro da organização.

O promotor de Justiça, Carlos Alberto Melotto, explicou que o esquema era estruturado entre dirigentes e funcionários do corpo administrativo da Coopebras, organizados em núcleos criminosos.

“O objetivo era claro: promover o desvio sistemático de verbas públicas que posteriormente eram lavadas no mercado e revertidas em benefício financeiro aos envolvidos. É de suma importância que os responsáveis respondam por seus atos, tanto com a pena de prisão quanto indenizando o erário”, concluiu o promotor de justiça. 

 


FONTE: MPERR
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