31/05/2023 às 07h36min - Atualizada em 31/05/2023 às 07h36min
Decisão política de retomar compra de energia da Venezuela para abastecer Roraima está tomada, diz ministro..
Segundo Alexandre Silveira, de Minas e Energia, volta da importação de energia elétrica do país vizinho para abastecer Roraima ainda depende de análises técnicas.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, sinalizou nesta segunda-feira (30), que já há uma definição política para retomar a importação de energia da Venezuela para abastecer Roraima, único Estado brasileiro que não está conectado ao Sistema Interligado Nacional (SIN). Contudo, ele ressaltou que é necessário analisar a viabilidade técnica para retomar a compra do insumo do país vizinho.
“A definição política está tomada. A partir de uma definição política, todos nós sabemos, racionalmente, que existem passos técnicos e econômicos”, afirmou o ministro a jornalistas no Palácio do Planalto. Pouco antes, em coletiva de imprensa ao lado do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva também indicou o interesse em retomar o negócio com o país vizinho.
Silveira também afirmou que a possível volta de importação da energia da Venezuela não interrompe o planejamento para interligar Roraima ao sistema elétrico nacional, por meio da construção do Linhão de Tucuruí, que ligará Boa Vista a Manaus.
Silveira reforçou a defesa para uma integração energética da América do Sul e defendeu que o Brasil feche acordos com países vizinhos para intercâmbios de petróleo e gás natural, além de energia elétrica, desde que haja um bom custo-benefício e segurança energética garantidos em contratos firmes.
Segundo ele, as nações vizinhas poderiam, inclusive, socorrer o Brasil em casos de crise hídrica, como aconteceu em 2021. O ministro citou a contratação simplificada realizada em outubro de 2021 pelo governo federal. De acordo com ele, a contratação de térmicas a gás com intuito de mitigar as consequências da grave escassez hídrica registrada em 2021 tem um custo em torno de R$ 40 bilhões para os consumidores.
“Essa cooperação já existe no caso do Gasbol, com a Bolívia. Por que não haver nas grandes potencialidades energéticas, seja de gás, petróleo e de energia, com a Argentina, com a Venezuela e outros países vizinhos? Desde que haja viabilidade econômica e técnica e que isso venha beneficiar o ponto de vista de segurança energética e alimentar da América do Sul, ninguém conseguiu me dar um argumento contra até então”, disse.