A Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR) deu andamento ao pedido de impeachment contra o governador Antonio Denarium (Progressistas), acatado pelo presidente da Casa, Soldado Sampaio (Republicanos), nesta terça-feira (2). Na sessão desta quarta-feira (3), os deputados Jorge Everton (União) e Renato Silva (Pros) fizeram a leitura da denúncia, protocolada no dia 19 de junho. Os representantes dos partidos que possuem cadeira na Casa Legislativa ainda devem indicar parlamentares para compor a comissão especial que vai analisar o pedido.
A denúncia e pedido de impeachment partiram de Rudson Leite, Fábio Almeida e Juracy Escurinho, lideranças políticas em Roraima e candidatos a governador nas eleições de 2022. A representação por crime de responsabilidade conta com documentos anexados como provas e, além disso, tem pedido de oitiva de testemunhas.
Esse já o sétimo pedido de impeachment contra o governador de Roraima.
Entre as principais acusações, estão o abuso de poder político e econômico, desvio de recursos públicos, nepotismo, superfaturamento de contratos e gestão inadequada de programas sociais, bem como recursos destinados à saúde e infraestrutura.
As ações atribuídas a Denarium, conforme os denunciantes, violam os princípios constitucionais de legalidade, moralidade, assim como a eficiência na administração pública.
Eles fizeram um relato sobre o uso político da distribuição de cestas básicas e cartões de crédito por meio de programas sociais, em número muito superior ao de anos anteriores ao período eleitoral de 2022, configurando abuso de poder político.
Do mesmo modo, também há acusações de uso promocional do programa social Morar Melhor, sem previsão orçamentária para 2022, beneficiando a candidatura de Denarium. Conforme denúncia, o benefício não seguiu sendo pago para a população depois da eleição, no exercício do segundo mandato do governador.
Além disso, a denúncia questiona a legalidade da transferência de R$ 69,8 milhões a 12 municípios de Roraima, supostamente para mitigar danos causados por chuvas intensas, mas sem comprovação adequada dos danos e da necessidade dos recursos. Apenas prefeitos aliados a Denarium receberam o aporte financeiro do Estado naquele ano eleitoral.
Outro ponto mencionado é a renovação de um contrato considerado ineficiente pelos denunciantes, de locação de estrutura para o Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth, com custo anual de R$ 13 milhões. Conforme eles a maternidade de lona não atende aos requisitos mínimos de qualidade, comprometendo a segurança e integridade de pacientes e funcionários.